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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Tarcísio diz que errou ao afirmar que autismo pode deixar de existir

Governo foi criticado por especialistas após afirmar que condição pode desaparecer em crianças

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São Paulo

Em nota divulgada nesta sexta-feira (10) em suas redes sociais, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que sua gestão errou ao dizer que o autismo pode deixar de existir.

O posicionamento acontece após o Painel mostrar que o governo Tarcísio vetou um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de SP que previa validade indeterminada a laudos médicos que atestem o transtorno do espectro autista.

Na justificativa, escreveu que o autismo "diagnosticado precocemente até os cinco anos e onze meses de idade é mutável, podendo mudar tanto de gravidade como até mesmo deixar de existir", afirmação contestada por especialistas.

Governador Tarcísio de Freitas durante a posse no Palácio dos Bandeirantes - Zanone Fraissat-1º.jan.2023/Folhapress

"Erramos. É importante esclarecer que o entendimento do Governo de São Paulo é que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é permanente e, portanto, os direitos serão definitivos. Falhamos ao deixar passar uma redação que não deixasse clara essa postura", disse o governador na nota.

Ele ainda disse que vai aperfeiçoar o projeto que foi vetado e ampliar o debate sobre o tema.

"Para isso, vamos chamar a sociedade civil e entidades para discutir com responsabilidade o assunto e trabalhar para avançar com políticas públicas efetivas", completou.

Em vídeo, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, argumentou no mesmo sentido.

"Tanto a Secretaria da Saúde como o Governo do Estado de São Paulo têm claro que autismo é uma deficiência permanente e que o direto das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) é definitivo", diz Paiva no vídeo desta sexta.

Em entrevista à Folha em setembro de 2022, Karla Maria Nunes Ribeiro, psiquiatra e professora da UFS (Universidade Federal de Sergipe), disse que autismo não tem cura.

"Se falam que um paciente 'saiu do espectro' é porque o diagnóstico foi feito de maneira equivocada. Não existe 'sair do espectro'. A criança pode evoluir significativamente e o grau de autonomia dela pode chamar atenção, mas o autismo não tem cura. Temos de tomar cuidado com tratamentos milagrosos", disse.

Deputada estadual eleita e ativista da área, Andréa Werner (PSB-SP) se disse preocupada com a afirmação inicial da Secretaria de Saúde de que autismo pode passar.

"Nossa maior preocupação como mães de autistas é quem vai cuidar deles depois que a gente for embora. Nossa preocupação é assistência social, residências assistidas, inclusivas, e se o estado pensa que autismo é uma coisa que passa, por que ele vai se preocupar com assistência social?", completou.

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