Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Conib critica Dino por usar Bíblia para 'demonizar judeus', e ministro vê interpretação equivocada
Entidade judaica reage a postagem de ministro em que cita rei judeu Herodes; Dino diz que defende paz e o diálogo
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Principal representante da comunidade judaica no país, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) criticou o ministro da Justiça, Flávio Dino, por ter feito "narrativas bíblicas para demonizar Israel e os judeus".
A referência é a um post do ministro na rede social X nesta terça-feira (14), em que ele comenta a chegada ao Brasil do grupo que estava em Gaza.
Dino cita Herodes, rei judeu apoiado pelo Império Romano, que, segundo a narrativa bíblica, teria mandado matar crianças, obrigando os pais de Jesus a fugir para o Egito.
"Que o Brasil seja esse ‘Egito’ bíblico para as crianças que vi descerem a escada do avião ontem à noite. E que os Herodes, todos eles, parem de massacrar as crianças, todas elas", escreveu o ministro.
Segundo a Conib, a postagem de Dino "estimula o antissemitismo e o discurso de ódio". Como exemplo, a entidade cita comentários feitos na própria postagem do ministro com esse teor.
"Num momento tenso como este, com autoridades brasileiras ligadas ao seu próprio ministério desbaratando planos terroristas em solo brasileiro, o ministro Dino deveria estar focado em manter a segurança e a convivência harmônica na sociedade brasileira", afirma a entidade judaica.
A Conib pede ainda ao governo brasileiro "equilíbrio e serenidade para que não importemos o trágico conflito do Oriente Médio para o nosso país".
Outro lado
Em resposta, o ministro disse ao Painel que falou em proteger todas as crianças e que reitera o que escreveu.
"A Bíblia que eu leio prega a paz e a fraternidade. Jesus Cristo era contra todos os preconceitos. Por isso, falei em proteger todas as crianças", afirmou.
Sobre Herodes, ele afirma que foi imposto por Roma contra os judeus. "Ademais, lembro que Jesus Cristo era judeu. Assim, creio que o problema se situa mais nos terrenos histórico e teológico, que ajudariam na correta interpretação do que escrevi e agora reitero", declarou o ministro.
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