Ala do PSDB que se opõe à pré-candidatura de José Luiz Datena (PSDB) intensificou a mobilização durante a semana e deve gerar alvoroço na convenção do partido marcada para sábado (27), na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Um pequeno trio elétrico foi alugado para reproduzir continuamente críticas que o apresentador fez a tucanos no passado, e cerca de 700 militantes já confirmaram presença no protesto, afirma Fernando Alfredo, ex-presidente municipal da sigla.

Alfredo apresentou pré-candidatura concorrente à de Datena nesta quinta-feira (25) e afirma que acionará a Justiça caso a cúpula do partido não consulte os filiados na definição de quem representará o PSDB na eleição

Nesta quinta-feira (25), esse grupo lançou um manifesto em que diz que não reconhece em Datena "os ideais da social-democracia" e pede que a legenda apoie a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O texto aponta autoritarismo do diretório municipal na definição do pré-candidato.

O documento conta atualmente com aproximadamente 100 assinaturas e é encabeçado por Renata Covas e Tomás Covas, respectivamente mãe e filho de Bruno Covas, Ricardo Montoro, filho do ex-governador Franco Montoro, e Fernando Alfredo, ex-presidente municipal do PSDB.

Também assinam o manifesto secretários e membros de escalões inferiores da administração Nunes.

O texto diz que Datena tem perfil muito distante dos quadros que já representaram o PSDB nos pleitos a prefeito, como José Serra, Geraldo Alckmin, João Doria e Bruno Covas, critica o que chama "falta de coerência" do apresentador devido à filiação a mais de dez partidos e afirma que o "recém-filiado" faz "críticas constantes e despropositadas" a gestões tucanas.

Desde que o apresentador foi anunciado, diferentes alas do partido rejeitaram a escolha e manifestaram apoio a concorrentes. O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, por exemplo, pediu desfiliação da legenda no dia do lançamento da pré-candidatura e disse que Datena não tem condições de representar o PSDB.

O apresentador, por sua vez, se queixa de falta de apoio de tucanos. Em entrevista à Folha, ele lamentou os "tiros" que leva "dentro do partido", disse que está sendo "sacaneado" e não descartou desistir mais uma vez da pré-candidatura. Ele tem repetido nos últimos dias, no entanto, que será, sim, candidato.