As indesejadas ligações de telemarketing hoje importunam 83% das pessoas, segundo levantamento da Senacon, do Ministério da Justiça, que coletou 3.220 respostas em abril.

Apesar de antiga, a prática de ligar para vender ou fazer cobranças tem nova tendência: 85% dos consumidores reclamam que a chamada cai logo depois do “alô”.

É que, atualmente, são robôs que disparam as ligações para uma série de pessoas. Quando o primeiro interlocutor atende, ele é redirecionado ao telemarketing. Para os outros, a ligação cai.

Segundo o levantamento, a maior parte do telemarketing ainda é feita pelas operadoras de telecomunicações (56,8%). Cidadãos de faixa de renda mais baixas são os mais importunados (39,4%).

Mais de 55% não conseguem identificar quem realiza as ligações, o que dificulta o processo de denunciar as marcas a órgãos competentes ou sites de reputação.

O Idec (Instituto de Defesa ao Consumidor) diz que os relatos desse tipo de ação tiveram aumento exponencial, especialmente os atribuídos a robôs.

Os dados confirmam as pesquisas internacionais que mostram o Brasil como um dos líderes no uso de robôs para telemarketing, segundo Diogo Moyses,  advogado do instituto.

"É um problema grave porque interfere na qualidade de vida. As pessoas estão deixando de atender o telefone porque pensam que se trata de telemarketing", diz.

Há, no mínimo, quatro projetos de lei que pretendem regulamentar o telemarketing. A Anatel tem um regulamento que trata do tema, mas na opinião de Moyses, é preciso aprofundá-lo.

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