Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Indústria brasileira tenta neutralizar França em acordo Mercosul-União Europeia
CNI enviou cartas a suas congêneres europeias para tentar pressionar oposição
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Enquanto a negociação sobre o acordo entre União Europeia e Mercosul se encaminhava para a reta final nas últimas semanas, a indústria brasileira subiu a pressão sobre seus pares europeus.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) enviou cartas a suas congêneres europeias para tentar neutralizar a oposição francesa.
Recentemente, França e outros países endureceram suas posições, alegando receio com seus agricultores, qualidade sanitária e engajamento ambiental.
Mensageiro “Tínhamos que fazer pressão sobre eles para mostrar as vantagens que a União Europeia também tem ao fechar o acordo conosco. Não é só o Mercosul que está ganhando. Hoje, quase 26% das importações brasileiras vêm de lá. Se retira tarifas, tende a aumentar”, diz Carlos Abijaodi, diretor da CNI.
Isolamento Com as cartas, Abijaodi buscou reunir o apoio de Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. “Tínhamos que nos unir para fazer pressão sobre a França. Ela ficaria enfraquecida diante dos outros todos. Havia outros países também reativos, como a Irlanda, mas a França tem poder maior”, afirma o diretor da confederação.
Agora vai É alta a expectativa de uma conclusão nos próximos dias após reuniões entre ministros dos dois blocos nesta semana.
Aula A notícia de que o comando do Itamaraty anda instruindo diplomatas sobre o que é masculino e feminino foi vista por gente que vive do comércio exterior como uma distração desnecessária em um momento tão decisivo para o setor, na negociação do acordo de comércio aguardado desde o início do século.
Ritmo Brasília ganhará mais uma frente parlamentar na próxima quarta (3): a Fremúsica, criada para defender interesses da indústria musical. Organizada por entidades como a Anafima (associação do setor), o bloco ganhou assinatura de 226 deputados e será presidido por Roberto Pessoa (PSDB/CE).
Coro Não se fala em Lei Rouanet. A frente, segundo eles, é uma tentativa de conseguir incentivos para toda a cadeia, desde a importação de instrumentos até a regulamentação de direitos autorais. A Anafima estima que a o segmento tenha movimentado US$ 298 milhões no Brasil em 2018.
Toca mais uma André Jung, ex-baterista da banda Ira! e hoje em turnê com a Sossega Leão, confirmou presença no evento. Integrantes do Roupa Nova também serão convidados pela associação.
Geladeira Depois da longa disputa entre Amazon e países da Amazônia pelo uso do domínio ‘.amazon’ na internet, a Colômbia fez uma apelação à Icann, responsável por organizar os domínios na web, pedindo reconsideração do caso. Em 17 de maio, a Icann decidiu a favor da varejista. Com o pedido, a Amazon não pode usar o domínio até outubro, mas analistas dizem que, dado o histórico da organização, é difícil que ela volte atrás.
Choque de energia A resolução do governo para reduzir o preço do gás é uma das melhores notícias do ano para a indústria, mas ninguém estourou champanhe ainda, segundo Milton Rego, da Abal (associação do alumínio). “Na prática, podem acontecer descaminhos na articulação e na estrutura jurídica”, afirma.
Despesa A medida é necessária para aumentar a competitividade, diz Francisco Pires, da empresa de alumínio Novelis. “Energia é nosso segundo maior custo, só perde para compra de metal.”
Prosa
“A situação [do gás] no Brasil hoje não é competitiva e não traz nenhuma previsibilidade. A medida é positiva. Mas o ponto principal ainda é como isso vai ser feito."
Francisco Pires
presidente da Novelis para a América do Sul, sobre a resolução que busca liberar mercado
de gás no país
com Igor Utsumi e Paula Soprana
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