Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Colapso em Manaus mobiliza empresas por transporte de oxigênio e doações
Grupos doam cilindros e itens médicos à rede hospitalar e convocam parceiros logísticos
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A indústria amazonense criou frentes de ajuda nos últimos dias para minimizar os efeitos do caos sanitário instaurado em Manaus. Empresas com forte atuação logística, como a Bemol, uma das maiores lojas de departamento da região, convocaram parceiros com acesso à capital para a entrega gratuita de cilindros de oxigênio. Um grupo com 34 empresas de eletroeletrônicos se organizou para doar e receber doações. A geografia impôs um empecilho à já dramática situação.
Ar “Manaus produz 30 mil metros cúbicos de oxigênio por dia. A demanda chegou a 78 mil. A cidade é isolada porque apenas uma única estrada faz ponte com Amazonas, então ficamos à mercê do transporte rodofluvial. O lugar mais perto de Manaus está a cinco dias”, diz Ricardo Lothar, presidente da Lothar Logística.
Água "Se a rodovia BR-319 fosse asfaltada seria muito mais simples”, diz Jorge Nascimento, presidente da Eletros, associação do setor de eletroeletrônicos. O grupo tem procurado apoio para arrecadar cilindros, máscaras, aventais e alimentos. Ele relata que itens são enviados por via aérea, que é cara, ou fluvial, que demora até cinco dias.
Gás A iniciativa recebe apoio da Força Aérea Brasileira e de empresas de transporte aéreo. Também aproveita a estrutura da White Martins, indústria do mercado de gás. Os empresários têm dialogado com o governo para encontrar uma maneira de mapear documentalmente as doações a Manaus, de modo que não haja problema fiscal no futuro.
Caminho A Air Liquide, de gases industriais, destinará 147 toneladas de oxigênio medicinal a Manaus nos próximos dias. O insumo aos hospitais da cidade será transportado em seis carretas partindo de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Travessia O carregamento vai até Porto Velho (RO) e depois segue de barco ao município amazonense. O oxigênio foi comprado pelo governo.
Arma O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) recuou nesta sexta (15) e voltou a isentar a alíquota de importação sobre cilindros de oxigênio. Diante da crise em Manaus, profissionais de saúde estavam criticando que, em dezembro, ele zerou a taxa de compra de armas do exterior.
Panelaço “Quando fazemos uma opção contra a saúde e decidimos que ela deve ser tratada como um produto qualquer e, de outro lado, optamos por produtos que não trazem benefícios, mas o contrário, como as armas, vemos o caráter de quem dirige a sociedade”, afirma Francisco Balestrin, médico e presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo.
Paula Soprana (interina), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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