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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Setor privado se adapta a novas restrições para conter pandemia e pede aceleração da vacina

Academia retoma treino online e loja de rua sugere mudança na Zona Azul para facilitar entrega

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São Paulo

Apesar dos protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pedindo reabertura do comércio (além de intervenção militar) no domingo (14), a postura oficial do setor privado diante do endurecimento das restrições à circulação para conter a pandemia tem sido mais resignada. A reação institucional vem demonstrando preocupação com o número de mortes, o colapso no sistema de saúde e a lentidão da vacina, com mais sugestões de alternativas do que confronto.

O varejo de material de construção, que no ano passado insistiu para ser colocado na lista de estabelecimentos essenciais como farmácia e supermercado, desta vez não fez gesto para permanecer aberto. A Anamaco (associação do setor) diz que as 35 mil lojas em São Paulo não podem abrir por causa do decreto publicado em razão da piora no contágio e afirma que torce pela aceleração da vacina.

No setor de academias, a gigante Smart Fit criou uma plataforma digital de treinos para essa nova fase emergencial. A empresa já tinha lançado um programa gratuito na internet no ano passado, quando a pandemia começou, mas eram exercícios mais simples e aleatórios. O novo projeto, chamado Smart Fit Go, publica vídeos de treinos para alunos da rede em celular, computador ou smart TV, com séries para objetivos específicos, como emagrecimento e ganho de massa muscular.

O comércio de rua, por meio da FecomercioSP, foi pedir ao governo de São Paulo a liberação da retirada de produtos do lado de fora das lojas fechadas.

O modelo de venda para escoar compras feitas pela internet seria semelhante à prática adotada pelos shoppings desde o início da pandemia, ou seja, com as lojas fechadas, os clientes compram pelo ecommerce e retiram no estacionamento.

Como as lojas de rua não têm garagem, o modelo exigiria ajustes nas regras da Zona Azul dos municípios, segundo a FecomercioSP.

A ACSP (associação comercial) diz que não vai tentar negociar a reabertura. “Que sejam, entretanto, tomadas medidas de apoio para a situação econômica não se agravar ainda mais, como o recuo no aumento de tributos e novas isenções para atividades impedidas de funcionar”, diz o economista da ACSP, Marcel Solimeo.

Para a entidade, é necessário intensificar as medidas de isolamento, mas os pequenos negócios precisam de contrapartidas, como a suspensão do aumento das alíquotas do ICMS e a postergação de impostos como IPTU.

No mercado de moda, empresários dizem que só resta torcer para que a fase emergencial não se prolongue por muito tempo porque a coleção de inverno começa a ser lançada entre março e abril.

Segundo Tito Bessa Junior, dono da rede TNG e presidente da Ablos, associação de lojistas, o novo fechamento pode provocar um gargalo na venda das peças da próxima estação e forçar uma liquidação agressiva no segundo semestre, espremendo a margem de lucro para as empresas que já estão em sofrimento.

O Sindi Clube, que representa 1.400 clubes de São Paulo, diz que reconhece a necessidade de medidas drásticas para conter a contaminação e vai cumprir as determinações, apesar do prejuízo.

Desde o início da pandemia, os clubes ofereceram suas instalações para a construção de hospitais de campanha e postos de vacinação. Vários deles estão sendo usados na imunização.

com Filipe Oliveira e Andressa Motter

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