Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Presença feminina em áreas de ciência e tecnologia ainda é baixa, diz pesquisa
Cenário brasileiro é semelhante ao da Argentina e do México
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As áreas de ciência e tecnologia ainda estão longe de alcançar a equidade de gênero nas contratações em países da América Latina, segundo pesquisa do Cippec (Centro de Implementação de Políticas Públicas para Igualdade e Crescimento) com apoio da Salesforce.
Do total de profissionais trabalhando no ramo no Brasil, na Argentina e no México, apenas um terço, aproximadamente, são do gênero feminino, embora as mulheres sejam maioria nas universidades nos três países.
No Brasil, elas representam 34% dos graduados em C&T (ciência e tecnologia), mas são apenas 20% dos empregados especializados do setor.
Para as argentinas e mexicanas, o cenário é semelhante: as mulheres são 40% e 31% dos formados em seus países, mas representam 24% e 20% das empregadas, respectivamente, de acordo com a pesquisa.
Na empresa de recrutamento Revelo, a profissão mais buscada na área de tecnologia é a de desenvolvedor. Entre janeiro e agosto deste ano, a procura subiu mais de 50% ante igual período do ano passado.
No entanto, apenas 20% das pessoas que ocupavam este cargo no último semestre são mulheres, diz a empresa.
Em uma análise por nível, somente 29% das mulheres desenvolvedoras estavam em posições sênior, enquanto mais de 40%, em funções júnior.
A desigualdade também aparece no salário: a média fica entre R$ 6.400 e R$ 9.700, e apenas cerca de 30% das mulheres recebem pagamentos nesta faixa, segundo a Revelo.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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