Na queda de braço entre lojistas e donos de shoppings sobre os preços do aluguel, o presidente da Abrasce (associação dos shoppings), Glauco Humai, diz que os casos de aplicação do valor integral do IGP-M —índice de referência usado para reajustar os contratos de locação, que acumula alta de quase 25%— são pontuais.

Segundo o presidente da Ablos (associação de lojistas), Mauro Francis, os inquilinos estão com dificuldade para negociar com os locadores, mas a Abrasce afirma que os reajustes têm sido aplicados só em algumas operações que estão com aluguéis defasados ou se encontram mais robustas para a aplicação das correções.

Humai diz que a Abrasce orienta os locadores a negociarem descontos e reajustes com os lojistas, dentro da realidade de cada empreendimento.

No ano passado, quando a pandemia forçou os shoppings a fecharem as portas, os locadores deixaram de cobrar o aluguel integral dos lojistas. Mas, agora, com o retorno das atividades, o setor ensaia restabelecer os reajustes.

Humai afirma que a entidade está discutindo a questão e deve enviar comunicados nas próximas semanas com orientações sobre a retomada da normalidade nas cobranças ao longo do último trimestre de 2021.

Neste domingo (3), Francis disse ao Painel S.A. que os boletos de setembro chegaram com o valor integral do IGP-M, e que alguns lojistas estão recorrendo à Justiça para negociar.

com Mariana Grazini e Andressa Motter