Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
BlackRock mantém cautela diante de emergentes ao rever cenário global
Para maior gestora de investimentos do mundo, preços de ativos no Brasil já incorporam risco político
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Maior gestora de investimentos do mundo, a BlackRock continua observando com cautela mercados emergentes como o Brasil, segundo um novo relatório em que analisa as perspectivas para o próximo ano e revê suas recomendações para investidores, que será divulgado nesta segunda (13).
A empresa, que administra US$ 9 trilhões em investimentos, segue otimista com a situação da China, mas mantém recomendação neutra para ações de outros mercados emergentes e títulos de dívida emitidos por empresas e governos desses países para captar recursos no mercado externo.
A BlackRock aponta perspectivas favoráveis para investimentos em renda fixa nos mercados domésticos, com recomendação moderadamente positiva. Para a empresa, a elevação das taxas de juros em lugares como o Brasil tornará mais atraentes os rendimentos de títulos de empresas e governos.
Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock para a América Latina, diz que a maioria dos mercados emergentes está se recuperando lentamente dos efeitos da pandemia do coronavírus e isso prejudica as perspectivas de crescimento das suas empresas, inibindo os investimentos em ações.
"Países que já estavam em situação mais frágil antes da pandemia não tiveram a mesma capacidade dos mais avançados para lidar com o desemprego e outras questões, e agora estão saindo da crise com cicatrizes permanentes e novos problemas, como a inflação alta", afirma Christensen.
A BlackRock prevê que o retorno proporcionado por aplicações em renda fixa com a alta dos juros em países como o Brasil continuará atraente mesmo se o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, também começar a elevar as taxas de juros no próximo ano para conter a inflação.
"Os investidores esperam da renda fixa um fluxo de rendimentos consistente e se importam menos com crescimento", diz Christensen. "As taxas oferecidas por países como o Brasil, a Colômbia e a Rússia estão muito atraentes e parecem compensar os riscos envolvidos."
As incertezas criadas pelas eleições presidenciais e pelo enfraquecimento dos mecanismos de controle das contas públicas no Brasil preocupam menos, segundo o estrategista da BlackRock. "Ciclos eleitorais fazem parte do cenário e boa parte do risco político já está no preço", afirma.
Para Christensen, no longo prazo o mais importante para os investidores será a volta do crescimento econômico. "As projeções para o Brasil no próximo ano são muito modestas", diz. "Para além do ciclo eleitoral, o que interessa para eles é saber como o país retomará uma trajetória de crescimento."
Com Ricardo Balthazar (interino), Andressa Motter e Ana Paula Branco.
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