Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Empresas de cruzeiros defendem aumentar testes de Covid em navios
Para associação do setor, o ideal é identificar contaminados e isolar
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O ministro do Turismo, Gilson Machado, defendeu nesta semana que as regras de controle da Covid-19 nos navios de cruzeiros sejam afrouxadas para permitir a retomada das viagens, que foram suspensas devido aos novos casos registrados a bordo. Dentro das companhias que operam as embarcações no litoral brasileiro, no entanto, a sugestão do ministro não parece ser vista como a solução para o problema.
Segundo Marco Ferraz, presidente da Clia (associação que representa as empresas), o que se pretende é expandir a aplicação dos testes para identificar o maior número possível de pessoas eventualmente contaminadas e retirá-las do convívio com os outros hóspedes.
"Queremos continuar com [viajantes] só vacinados e testes em todo mundo. E até amplificar um pouco os testes. Nos últimos roteiros, fizemos, inclusive, 100% de teste adicional no terminal. Os tripulantes estavam sendo testados a cada dois dias. Justamente porque quem testa encontra. A gente queria encontrar os positivos, isolá-los e desembarcá-los", diz Ferraz.
Segundo ele, é assim que acontece nos EUA, na Europa, no Caribe. "E lá não teve essa situação de complicação em desembarque e embarque nessa quantidade que tivemos aqui. Existem processos que podem ser melhorados do nosso lado e do lado das autoridades", afirma Ferraz.
Na segunda-feira (3), a Clia anunciou a suspensão das operações nos portos brasileiros até 21 de janeiro. A medida foi tomada após o registro de surtos de Covid em embarcações, que levaram a Anvisa a recomendar a parada em caráter preventivo.
O presidente da Clia diz que a paralisação vai servir para rever a situação com as diferentes autoridades envolvidas e estabelecer novos parâmetros, dos dois lados, para agilizar o procedimentos nos portos.
Para Ferraz, a investigação realizada quando há casos de surto nos navios é o que tem demorado, além dos atrasos nos embarques e desembarques. "A gente pode trazer informações de forma mais rápida, digital, para eles tomarem as decisões mais rápido", afirma.
com Ana Paula Branco e Andressa Motter
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