Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Investigação mira Acciona, escola de samba e suposto líder do PCC
Caso está sob sigilo e aparece após tratativas para mudar endereço da Vai-Vai em obra de metrô
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Uma investigação que, se avançar, terá desfecho na Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital vem despertando curiosidade na comunidade jurídica. Os alvos são a escola de samba Vai-Vai, a empresa espanhola Acciona e Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, apontado pela polícia como um dos líderes do PCC e conhecido como Beto Bela Vista.
Como o caso está sob sigilo, quem não tem detalhes pergunta qual seria a relação entre as partes.
A investigação acontece após as negociações para mudar o endereço da quadra da escola de samba, localizada no bairro da Bela Vista, por causa da construção de uma estação de metrô no local pela Acciona, responsável pela obra da linha 6-Laranja, em São Paulo.
Questionada pelo Painel S.A. se existe alguma relação, a Acciona cita circunstâncias da obra na região.
"Para a construção da estação 14 Bis da linha 6-Laranja de metrô de São Paulo fez-se necessária a mudança de local da quadra da escola de samba Vai-Vai. A alteração de local deu ensejo a uma indenização que foi utilizada pela Vai-Vai para a compra de imóvel que, por condição imposta pelo Conpresp visando proteger o patrimônio cultural, foi realizada no mesmo bairro", diz a concessionária em nota.
A Vai-Vai diz que não foi notificada.
Conforme o anúncio da mudança de endereço feito pela Vai-Vai em setembro, a sede original da escola, há 50 anos entre as ruas São Vicente e Lourenço Granato, na região do Bixiga, na Bela Vista, passa para a rua Almirante Marques Leão, que fica a cerca de 500 metros do prédio atual.
No início do mês, a linha 6 ficou em evidência no noticiário após a abertura da cratera na marginal Tietê no entorno de outro trecho da obra.
Em mais de uma década, a construção da linha 6 sofreu reviravoltas de todo tipo, desde obstáculos com a Lava Jato no consórcio original —anterior à assinatura do contrato com a Acciona, em 2020— e até protestos de moradores de bairro nobre de São Paulo interessados em barrar o fluxo de pessoas trazidas pelo transporte público.
A linha tem 15 quilômetros de extensão, com 15 estações que passam perto de grandes instituições de ensino superior na capital paulista, o que a tornou conhecida como linha universitária. Ela também faz ligação com a Brasilândia, um dos bairros mais carentes da cidade.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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