Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
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Após o anúncio do mega-aumento dos combustíveis pela Petrobras, José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), afirma que agendou para segunda (14) uma reunião com líderes do setor para avaliar se será necessário paralisar obras de terraplenagem em todo o país.
Esse tipo de obra é altamente dependente do óleo diesel e do asfalto, outro insumo que é fornecido pela estatal. "Ninguém vai aguentar o aumento do preço", diz Martins.
Ele afirma que a terraplenagem, diferentemente da construção de uma casa, por exemplo, exige menos mão de obra e mais equipamentos como caminhão, patrol e trator, que usam o combustível.
No ano passado, a disparada no valor do asfalto provocou uma onda de pedidos de renegociação de contratos das construtoras com o poder público.
"Há alguns anos, as obras pararam quando subiu demais o preço do asfalto. Tinha gente com 50% de custo no asfalto. E levou dois anos para convencer TCU e DNIT que precisava reajustar essas obras. Muita gente quebrou", afirma Martins.
Outra preocupação, segundo ele, é que os contratos das prestadoras de serviço com o poder público só podem ser alterados anualmente, ou seja, quem já reajustou janeiro e fevereiro não poderá adequar a alta de custos.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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