Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Venda atacadista para o Dia das Mães despenca na 25 de Março
Queda na renda e inflação reduziram movimento de 800 mil para 100 mil consumidores na região, diz entidade de lojistas
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Depois das restrições da pandemia, agora os lojistas da região da 25 de Março, no centro de São Paulo, sentem os reflexos da inflação e da queda na renda dos brasileiros, principalmente na venda em grande quantidade, feita no atacado.
O movimento para o Dia das Mães, que costuma aumentar na metade de abril, ainda está fraco, segundo Claudia Urias, diretora-executiva da Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências).
"No fim do ano, a gente sentiu que, pelo menos, as restrições iriam melhorar, mas veio a instabilidade econômica. Tem muita gente sem dinheiro e está tudo muito caro. Hoje, as pessoas pensam em colocar comida na mesa em vez de comprar alguma outra coisa", diz Urias.
Segundo ela, a região, que normalmente recebe de 800 mil a 1 milhão de consumidores na data, tem registrado 100 mil neste ano. A aposta é nas compras de última hora, após o quinto dia útil do mês, mas as sacolas devem carregar apenas lembrancinhas.
A principal impactada é a venda no atacado, segundo Urias. "Nós somos uma região atacadista. Tem o varejo, que é forte, mas somos atacadistas. Cerca de 60% do público vem de fora, vem abastecer para vender. Esse público não está vindo mais, caiu muito", diz.
Apesar do cenário, ela afirma que os lojistas não devem registrar perdas na data, que é a terceira mais importante para a região, só atrás do Natal e do Dia das Crianças.
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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