Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Banqueiro se desfilia do partido Novo em apoio a Amoêdo
Ricardo Lacerda diz que foi lamentável a reação da sigla após fundador declarar voto em Lula
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O banqueiro Ricardo Lacerda, do banco de investimento BR Partners, decidiu se desfiliar do partido Novo neste sábado (15), depois da reação de correligionários contra João Amoêdo, que declarou voto em Lula no 2º turno.
Fundador do Novo e presidenciável pelo partido em 2018, Amoêdo disse que, contra a reeleição de Bolsonaro, vai votar no PT pela primeira vez na vida. Em entrevista ao Painel S.A., ele afirmou que o atual presidente é "um governante autocrático que se coloca acima das instituições".
A fala desencadeou uma série de reações no partido. Eduardo Ribeiro, hoje presidente do Novo, chamou de "vergonhosa, constrangedora e incoerente" a declaração de voto de Amoêdo. Felipe D'Avila, presidenciável do partido derrotado no 1º turno deste ano, foi às redes sociais dizer "Amoêdo, pega o boné e vai embora". O diretório nacional do partido também divulgou nota semelhante.
Em desagravo, Ricardo Lacerda disse que discorda da decisão de Amoêdo de votar em Lula, mas considerou sua iniciativa "corajosa, fundamentada e estritamente pessoal".
Em mensagem nas redes sociais, Lacerda lamentou o tom das críticas feitas pela legenda. "Lamentável a reação do partido Novo e seus líderes condenando-o, numa humilhante tentativa de lamber as sobras do bolsonarismo. Desfiliar-me-ei", escreveu o banqueiro.
Ao declarar voto em Lula, Amoêdo ressalvou que mantém críticas e restrições ao PT por diversos motivos, como os escândalos de corrupção e crise econômica, porém, vê em Bolsonaro um risco substancialmente maior. Entre os riscos que o fazem desistir do voto nulo, ele cita a recente declaração de Bolsonaro sobre alterar a composição do STF.
Questionado se esperava receber críticas do Novo, Amoêdo afirmou que seria possível, mas não seria coerente.
"O estatuto do Novo não prevê qualquer restrição ao filiado em situações como essa, e um dos princípios do partido é a liberdade de expressão. Além disso, não tive conhecimento de qualquer crítica do partido aos mandatários que declararam voto e apoio a Bolsonaro logo após o término das eleições, mesmo havendo uma diretriz partidária que orientava a instituição e as candidaturas para esse ano como oposição ao governo federal", disse Amoêdo.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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