Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Folhajus Congresso Nacional

Capitais pedem para Barroso manter suspenso o piso da enfermagem

Após aprovação de emendas para viabilizar pagamento, Abrasf diz que governo precisa indicar valor de repasses ou haverá calote e litígio

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A Abrasf (Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais) enviou ao ministro do STF Luís Roberto Barroso um pedido pela manutenção da liminar que suspendeu o piso da enfermagem em setembro.

Barroso é o relator de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona os aumentos salariais da categoria.

O pedido, feito na quinta-feira (23), aconteceu logo após o Congresso aprovar duas emendas constitucionais que ampliaram o salário dos enfermeiros. O valor do piso aprovado pelo Congresso foi de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras.

Os aumentos beneficiam profissionais de hospitais públicos, entidades filantrópicas e redes que prestam serviços com um mínimo de 60% de atendimento de pacientes do SUS. Segundo o texto, o novo piso será custeado pelo superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social.

No documento, a Abrasf disse que, após a aprovação das duas emendas, foram protocolados diversos pedidos pelo fim da liminar de Barroso. Na leitura da entidade, ainda não existe dinheiro para financiar o novo piso, mesmo com a sinalização de custeio.

As secretarias de finanças afirmam que a destinação de recursos dos salários é positiva, no entanto, ainda depende de regulamentação federal e seria insuficiente por não apontar o impacto orçamentário nos estados e municípios.

Movimento de médicos e enfermeiros na UTI infantil do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo - Rubens Cavallari - 07.dez.2022/Folhapress

Não há consenso neste ponto. Os cálculos da Abrasf indicam que o rombo orçamentário pode ultrapassar R$ 13 bilhões por ano, podendo chegar a R$ 26 bilhões dependendo da carga horária dos profissionais.

Sem essa indicação específica de valores nos repasses, a entidade projeta calotes e litígios.

O governo também teria que apontar se os repasses serão feitos através de créditos, pagamentos de despesas ou outro tipo de mecanismo orçamentário. Não existe uma previsão do tipo no orçamento de 2023 e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não sinalizou como vai resolver o impasse –na campanha ele criticou a suspensão do novo piso.

"Deve-se afastar a ideia de que a liminar concedida nestes autos possa ser revista, porque necessário, antes de mais nada, que o Congresso Nacional espanque as questões ainda em aberto relacionadas à complementação orçamentária preconizada pela EC 127/2022, ainda carente de lei federal que a regulamente", disse a entidade.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas