Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Hospitais tentam manter alíquota reduzida na Reforma Tributária
Aumento na tramitação do Senado pode prejudicar negociação salarial da enfermagem
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Empresas e setores beneficiados na reforma tributária agora se mobilizam no governo para que os descontos obtidos nas alíquotas do novo imposto sejam mantidos pelo Senado.
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), por exemplo, esteve com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
O presidente da entidade, Antônio Britto, ouviu que o Planalto considera existir condições políticas para que o texto seja aprovado sem modificações substanciais no início de setembro.
Britto afirma que, atualmente, os hospitais privados estão sob pressão diante da crise dos planos de saúde e do novo piso da enfermagem.
"Se os descontos negociados na reforma tributária não forem mantidos, teremos aumentos de custo e isso impactará diretamente as negociações salariais com o grupo da enfermagem", disse.
Os hospitais foram incluídos entre os segmentos essenciais e obtiveram descontos na alíquota resultante da CBS (conjunto dos tributos federais) e IBS (ICMS e ISS). Na Câmara dos Deputados, ela foi definida em 25% (com desconto de 60%).
Para o setor, com essa alíquota, será possível manter a atual estrutura de custos. Caso haja aumento, haverá impacto, sobretudo, na atual negociação salarial da enfermagem.
Por decisão do STF, o novo piso da categoria está valendo e, ao longo de dois meses, as negociações pelos reajustes estão em curso por meio dos sindicatos.
"Se houver aumento, não será possível evitar demissões", disse Britto.
Com Diego Felix
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