Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Sobrinho de Haddad vai depor na CPI das criptomoedas
Diretor da gigante Binance, Guilherme Haddad Nazar terá de explicar envolvimento da empresa em escândalos
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A CPI das Criptomoedas quer explicações do diretor-geral da Binance no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, sobre as relações da empresa com negócios fraudulentos, como os do Faraó do Bitcoin e da Braiscompany.
Nazar é sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu depoimento foi solicitado em junho pelo deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). A audiência estava prevista para esta terça (12), porém a Binance avisou aos deputados que o Nazar está de férias no exterior e voltará ao Brasil no horário da audiência pública.
A corretora pediu que o depoimento seja realizado na quarta (13) e por videoconferência, como em outros depoimentos das demais companhias à CPI.
A Binance apareceu ligada a muitos casos de empresas investigadas por fraudes com criptomoedas.
Além do Faraó dos Bitcoin, a gigante virou figura central em investigações como a da Braiscompany, empresa que deixou de pagar seus investidores e jogou a culpa nos atrasos da Binance.
À época, a Binance negou qualquer tipo de bloqueio de contas e se colocou à disposição das autoridades para ajudar a solucionar o caso.
Há um mês, os donos da Braiscompany e outros 11 integrantes do esquema suspeito de crimes financeiros se tornaram réus por movimentação ilegal de R$ 2 bilhões nos últimos anos.
Nos últimos meses, a CPI fez uma ampla investigação contra empresas, lideranças e personalidades envolvidas com o mundo das criptomoedas.
Além de casos conhecidos que envolveram pessoas como Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins" —preso desde agosto de 2021 acusado de montar uma pirâmide utilizando bitcoins—, famosos como o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho foram ouvidos recentemente na comissão.
Com Diego Felix
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