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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Agro foca mais no gado do que em gente, diz presidente da Cibra

Em livro, executivo diz que gestão de pessoas é a nova fronteira a ser rompida pelo agronegócio

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Brasília

O colombiano Santiago Franco preside, há mais de uma década, a Cibra Fertilizantes, uma das maiores do ramo no Brasil, controlada pelo grupo americano Omimex (70%) e a mineradora britânica Anglo American. Nesse período, a companhia, antes quebrada, saltou de R$ 70 milhões para R$ 8 bilhões em vendas. Para isso, Franco teve de conhecer o agro por dentro para detectar oportunidades.

Em seu livro "Liderança e Gestão de Pessoas no Agronegócio", ele diz que a tecnologia levará a uma revolução no campo e que, sem gestão de pessoas, não há como obter sucesso.

Santiago Franco, presidente da Cibra Fertilizantes - 03.11.2023-Divulgação

O agro se preocupa mais com bois do que com gente?
[Risos] Não sei se trata melhor o gado, mas os gestores focam no gado mesmo, na produtividade, na eficiência, no custo. Embora hoje existam empresas muito grandes, a maioria delas é familiar e a gestão passa de pai para filho. Quando contratam profissionais, a preocupação é sempre na parte técnica. É um setor em que predominam o comando e o controle. Quem manda, manda. Obedece quem tem juízo.

Se é assim, por que você defende peões mais preparados?
Porque a tecnologia está mudando as relações de trabalho. Já não é mais possível seguir tocando o negócio do jeito de sempre. Se você precisa pilotar um trator que fala, que é computadorizado, tem de ser escolarizado. E avançamos para uma fase em que os tratores não precisarão mais de pilotos. Haverá menos gente no campo e mais pessoas nos escritórios, com salas cheias de computadores fazendo a gestão da fazenda. A relação de trabalho é outra nesse caso. Não dá para ter uma pessoa que não goste da empresa e, no limite, peça demissão. [Essa nova fase] Exige engajamento [dos funcionários].

A troca de funcionários no campo ainda é muito grande?
Na Cibra, por exemplo, o turnover [reposição de mão-de-obra] é de mais ou menos 10%. Para mim, não é bom. No agro, é bem mais alto, mas não saberia mensurar.

Até que ponto o turnover não reflete o dinamismo do agronegócio, que oferece salários melhores para tomar funcionários de concorrentes?
Um gestor tem um tripé: a estratégia, as pessoas e a operação. Os gestores ainda olham muito para a operação. No meu caso, eu dedico pelo menos 50% do meu tempo às pessoas e a outra metade, aos processos. É preciso conectar a estratégia às pessoas e deixar as pessoas tocando a operação. É daí que sairá a próxima revolução do agro.

RAIO-X
Formação: Engenharia agronômica (Universidad de Caldas), pós-graduação em Administração (Inalde Business School)
Carreira: Presidente da Cibra (desde 2012); Diretor da divisão de agro da Abocol (1997-2011); Diretor comercial da Insucampo (1995-1997); diretor comercial da Hoechst (1991-1995)

Com Diego Felix

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