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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Em crise, Gol reduz voos neste ano e gera pressão sobre preço de passagens

Com dívida de R$ 20 bilhões, companhia diz que atrasos na entrega de aeronaves levou a corte de 8,45% dos voos

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Brasília e São Paulo

Enquanto Latam e Azul ampliaram seus voos para 2024, a Gol promoveu um corte de 8,45% —mais de 4.500 voos em seu planejamento de operações para o primeiro trimestre deste ano.

Até 31 de março, a companhia registrou na Anac (Agência Nacional de Aviação) 48.942 voos domésticos de transporte de passageiros. No mesmo período de 2023, a companhia havia previsto 53.459 voos.

Aeronave Boeing 737 MAX da Gol no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo - Nelson Almeida - 09.dez.2020/AFP

Houve uma redução de 8,45% na Gol. As concorrentes Latam e Azul registraram, respectivamente, 1,1% e 7,1% de voos a mais nos três primeiros meses deste ano em relação ao primeiro trimestre de 2023.

O registro é obrigatório. Nenhum voo pode ter assentos comercializados sem que a companhia cumpra essa etapa inicial.

A redução impacta diretamente a oferta de passagens no mercado, dificultando a redução dos preços –como quer o presidente Lula.

Outro indicador é a quantidade de assentos. Serão 677 mil passageiros a menos nos voos da Gol até 31 de março, uma queda de 7,1% ante o primeiro trimestre de 2023. Azul prevê ampliar em 7,8% os seus assentos ofertados, e a Latam, em 2%.

Atraso do fornecedor

A Gol informa que sofre com atrasos e incertezas no cronograma de entregas de novas aeronaves Boeing 737-MAX 8, fruto da crise global da cadeia de suprimentos da indústria da aviação.

"Ao longo de todo o ano de 2023, a companhia recebeu um terço das novas aeronaves previstas", disse a Gol em nota.

A Gol diz que o planejamento de malha aérea para este ano reflete esse cenário.

Este é mais um problema que a companhia enfrenta, além de buscar uma saída para o refinanciamento de sua dívida que, segundo estimativas de agências de risco, gira em torno de R$ 20 bilhões.

No fim do ano passado, entretanto, a companhia anunciou ter contratado a Seabury Capital, consultoria especializada em aviação, para fazer "uma ampla revisão de sua estrutura de capital".

Uma das principais consultorias de aviação do mundo, a Seabury, segundo a Gol, vai ajudar na gestão de passivos, transações financeiras e outras medidas para melhorar a liquidez.

No comunicado, a Gol informou ainda que a Seabury, em conjunto com a Skyworks, "prosseguirá com as negociações em andamento com seus arrendadores de aeronaves com o objetivo de alcançar uma reestruturação consensual abrangente das obrigações de [sua] frota".

A Gol não quis comentar se a consultoria da Seabury teve peso na reestruturação das operações no Brasil.

Com Diego Felix

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