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Aéreas suspendem voos com aviões da Boeing após janela abrir em voo nos EUA

Agência regulatória ordena inspeções de 171 aeronaves 737 Max, e companhias removem frota temporariamente

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Boa Vista

Companhias aéreas ao redor do mundo, principalmente nos Estados Unidos, suspenderam o uso de aviões da Boeing modelo 737 Max 9 após a FFA, a agência americana do setor aéreo, ordenar novas inspeções em aeronaves do tipo produzidas pela fabricante nacional.

A medida, que provocou dezenas de cancelamentos de voo no país, ocorre depois que um painel de um avião da Alaska Airlines se abriu em pleno voo na sexta-feira (5), obrigando o piloto a fazer um pouso de emergência. Ninguém dos 171 passageiros e 6 tripulantes a bordo se feriu no incidente.

Aeronaves da Boeing modelo 737 Max paradas em fábrica da empresa em Renton, nos Estados Unidos, em 2019
Aeronaves da Boeing modelo 737 Max paradas em fábrica da empresa em Renton, nos Estados Unidos, em 2019 - Lindsey Wasson - 21.mar.2019/Reuters

"Concordamos e apoiamos totalmente a decisão da FFA de exigir inspeções imediatas nos aviões 737-9 com a mesma configuração do avião afetado", afirmou Jessica Kowal, porta-voz da Boeing, neste sábado (6). As inspeções devem durar de quatro a oito horas por aeronave.

Modelos da série Max do 737 estão entre os mais bem vendidos da história da fabricante americana. De acordo com dados citados pelo jornal The New York Times da Cirium, empresa especializada em dados sobre aviação, cerca de 5% dos quase 3 milhões de voos previstos para janeiro no mundo são com esse modelo, principalmente o Max 8.

A Alaska Airlines possui 65 aeronaves 737 Max 9 e a United Airlines conta com 79 aviões do modelo em sua frota. Ambas estão entre as empresas que removeram imediatamente de forma temporária o uso dos modelos e iniciaram as inspeções ordenadas pela FFA.

Outras companhias pelo mundo examinam suas aeronaves após o incidente desta sexta, casos da Turkish Airlines, que suspendeu o uso de nove aviões, e da Flydubai, cujos três 737 Max 9 não fariam parte da ordem do regulador americano, segundo a empresa. No sábado, a agência reguladora da Índia também ordenou inspeções para suas empresas aéreas nacionais.

O incidente no voo da Alaska Airlines ocorreu em um painel do lado esquerdo do avião onde poderia estar instalada uma saída de emergência, do meio para a parte traseira da fuselagem. Na configuração de assentos utilizada pela companhia para aquele voo, no entanto, a saída de emergência havia sido desativada, e o painel era uma janela com assento comum à frente —algo possível quando o modelo em questão é configurado com menos assentos.

"O problema é o que está acontecendo na Boeing", afirmou ao New York Times John Goglia, consultor de segurança da aviação e membro aposentado do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, que investiga acidentes aéreos.

A fabricante americana tem passado por intenso escrutínio nos últimos anos em meio a problemas na produção e de atrasos na entrega de aviões, além de acidentes envolvendo suas aeronaves.

No mês passado, a empresa pediu às companhias aéreas que inspecionassem os mais de 1.300 aviões Max entregues em busca de um possível parafuso solto no sistema de controle do leme.

Nos últimos meses, a Boeing informou que o fornecedor Spirit AeroSystems havia feito furos indevidos em um componente que ajuda a manter a pressão da cabine. Desde então, a Boeing tem investido e trabalhado mais de perto com a empresa para resolver problemas de produção.

"Estamos observando um aumento na estabilidade e na qualidade do desempenho em nossas próprias fábricas, mas trabalhamos para que a cadeia de suprimentos alcance os mesmos padrões", afirmou o CEO da Boeing, Dave Calhoun, em conversa com analistas de investimento e jornalistas em outubro.

As entregas de mais um modelo da Boeing, o 787 Dreamliner de corredor duplo, praticamente pararam por mais de um ano, até o fim de 2022, enquanto a empresa trabalhava com a FFA para resolver preocupações de padrão de qualidade.

O próprio 737 Max ficou parado por 20 meses em todo o mundo após dois acidentes fatais em 2018 e 2019, ligados a um software mal projetado da cabine de pilotagem, que mataram um total de 346 pessoas na Etiópia e na Indonésia. A Boeing ainda aguarda a certificação de seu modelo menor, o 737 Max 7, e do maior, Max 10.

O China, cuja agência reguladora também anunciou a realização de uma reunião de emergência após o incidente nos EUA, também teve um acidente, em 2022, com um Boeing 737, mas de outro modelo, o 737-800, e não da série 737 Max.

A FAA examinou cuidadosamente o modelo por anos, afirmando em 2021 que rastreava todos os aviões 737 Max usando dados de satélite.

Com Reuters e The New York Times

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