Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Brasil lidera em vazamento de dados na internet
Mais de 2 bilhões de cookies foram vazados com informações de usuários; Google foi o maior alvo
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Mais de 2 bilhões de dados sigilosos foram vazados na dark web no Brasil no ano passado, o que fez o país liderar no levantamento da NordVPN, gigante global de cibersegurança.
As informações pessoais mais comuns expostas em domínios hackers foram nome, e-mail, cidade, senha e endereço residencial.
Segundo a NordVPN, cerca de 30% dessas informações estavam ativas [válidas].
O levantamento mostrou ainda que os sites com o maior volume de dados vazados foram Google (2,5 bilhões), YouTube (692 milhões), Microsoft e Bing (mais de 500 milhões).
Tecnicamente essas informações constam nos chamados cookies, arquivos de texto que um site envia ao navegador de um usuário com dados sobre perfil e comportamento de navegação nas páginas. Isso faz com que o navegador leve aos usuários mais conteúdos que possam agradá-lo.
Esses dados também podem conter informações confidenciais, como nome e localização, e podem ser usadas por hackers para abuso ou manipulação contra vítimas, por exemplo.
No total, o estudo analisou 54 bilhões de cookies vazados em todo o mundo. O malware (softwares projetados para roubar informações online) mais comum foi o RedLine, responsável por 57% dos crimes virtuais recentes.
Além do Brasil, a maioria dos vazamentos aconteceram na Índia, Indonésia e Estados Unidos.
"Graças aos pop-ups de consentimento de cookies, eles se tornaram uma parte necessária no mundo on-line. No entanto, muitos não percebem que, se um hacker obtiver cookies ativos, talvez não precise saber nenhum login e senha para invadir contas de usuários", diz Adrianus Warmenhoven, consultor de segurança cibernética da NordVPN.
De acordo com o especialista, a forma mais simples de se proteger é excluir cookies, diminuindo a quantidade de dados disponíveis.
A pesquisa foi feita com dados compilados em parceria com investigadores independentes, especializados em identificar incidentes que ameaçam a proteção de usuários da internet.
Com Diego Felix
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