Google destruirá dados de navegação para resolver processo por privacidade do consumidor

Processo diz que empresa monitorou secretamente usuários que navegavam no modo anônimo

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Jonathan Stempel
Nova York | Reuters

O Google destruirá bilhões de registros de dados para resolver um processo alegando que a empresa monitorou secretamente o uso da internet de pessoas que achavam que estavam navegando de forma privada no modo anônimo.

Os termos do acordo foram enviados nesta segunda-feira (1°) ao tribunal federal de Oakland, na Califórnia, e exigem aprovação da juíza federal Yvonne Gonzalez Rogers.

Advogados dos autores da ação avaliaram o acordo em mais de US$ 5 bilhões (R$ 25,3 bilhões) chegando a até US$ 7,8 bilhões (R$ 39,4 bilhões). Os usuários não receberão indenizações, mas podem entrar com processos individualmente para tentar recebê-las.

Logo do Google - Steve Marcus - 10.jan.2024/Reuters

A ação coletiva começou em 2020, abrangendo milhões de usuários do Google que usaram navegação privada desde 1º de junho de 2016.

Os usuários alegaram que o analytics, cookies e aplicativos do Google permitiram que a unidade da Alphabet monitorasse indevidamente pessoas que configuraram o browser do Google Chrome no modo de navegação anônima e outros browsers em modos "privados" de navegação.

Eles afirmaram que isso transformou o Google em um "tesouro irresponsável de informações", ao permitir que ele soubesse sobre amigos, comidas favoritas, hobbies, hábitos de compra e as "coisas mais íntimas e potencialmente embaraçosas" que essas pessoas procuram online.

Pelo acordo, o Google atualizará divulgações sobre o que coleta em navegação privada, um processo que ele já começou. Também permitirá que usuários anônimos bloqueiem cookies de terceiros por cinco anos.

"O resultado é que o Google coletará menos dados das sessões de navegação privada dos usuários e que o Google fará menos dinheiro com os dados", escreveram os advogados dos autores da ação.

O Google não respondeu aos pedidos por comentários em um primeiro momento.

Segundo documentos judiciais, o Google apoia a aprovação final do acordo, mas discorda das "caracterizações legais e factuais" dos autores da ação.

David Boies, advogado dos autores, disse em um comunicado que o acordo é um "passo histórico para exigir honestidade e responsabilização de empresas dominantes de tecnologia".

Um acordo preliminar foi firmado em dezembro, anunciando um julgamento agendado para 5 de fevereiro de 2024. Os termos não foram divulgados na época. Os advogados dos autores da ação planejam posteriormente buscar honorários legais a serem pagos pelo Google.

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