Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Governo identificou uso do Camboja pela China para burlar entrada de produtos
Para driblar sobretaxa em importações de ácido cítrico, empresa da China mascarou origem do produto; secretaria anunciou medidas para evitar concorrência desleal
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A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Ministério da Indústria aplicou novas medidas contra importações de ácido cítrico que burlavam barreiras aduaneiras sem o recolhimento das sobretaxas já aplicadas, o chamado antidumping.
Dessa vez, foram identificadas importações de ácido cítrico, sais e ésteres de ácido cítrico vindos do Camboja, mas produzidos na China, país em que barreiras antidumping para o produto já são aplicadas pelo Brasil.
De acordo com a Secex, as medidas foram prorrogadas em outubro do ano passado, após a constatação de prática desleal de comércio das empresas chinesas. A cada tonelada do produto importado, o comprador tinha que pagar entre US$ 252 e US$ 861 adicionais.
O Camboja não integra a lista de países que sofrem com a sobretaxa de produtos do tipo no Brasil. Por isso era utilizado como rota alternativa para enganar a fiscalização brasileira.
"Na verificação de origem dessas importações pela Secex, a empresa verificada não conseguiu comprovar o cumprimento de condições legais para que esses sais e ésteres de ácido cítrico fossem considerados originários do Camboja", diz a Secex em nota.
A portaria com as restrições para a empresa investigada será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
Com Diego Felix
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