Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Dora Kramer

Lula tem síndrome de oposição

Presidente age mais como oposicionista que como o chefe da situação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O político Lula fez carreira apontando o dedo da acusação ao alheio. Perdeu três eleições presidenciais, ganhou outras três e a terceira vitória à chefia da nação parece ter incutido no cidadão Luiz Inácio da Silva a certeza de que é dono do monopólio da razão.

Ele exibe a convicção de que seus argumentos são mais certeiros que os fatos, por mais que as palavras se contraponham aos atos da realidade.

Chama de cretinos os que relacionam as turbulências na economia às suas declarações contra o Banco Central autônomo. Menospreza a necessidade de o governo conter despesas em prol do equilíbrio das contas públicas.

Lula discursa em lançamento da pedra fundamental do Campus Zona Leste da Unifesp e do Campus Cidade Tiradentes - Marlene Bergamo - 29.jun.24/Folhapress

Lula alega com isso direcionar seu foco aos mais necessitados, justamente as primeiras vítimas do risco inflacionário decorrente do desequilíbrio fiscal.

Sendo assim, fala aos menos informados, a fim de obter deles a concordância quanto à simplificação enganosa de suas diatribes de cunho populista. Ainda que venha a obter benefícios na popularidade com isso, por ora atraiu para si um semestre tormentoso que se fecha com o governo nas cordas.

O presidente assemelha-se mais a um oposicionista que a um mandatário no exercício do poder que tem entre suas atribuições aplacar as crises quando elas se apresentam. Criá-las é característica da oposição.

E Lula tem atuado como se adversário fosse do bom andamento dos trabalhos governamentais. Só reclama, ao passo que dele se esperam soluções. Exequíveis, não fantasiosas, muito menos referidas num passado que passou.

Faz isso em detrimento do que deu certo no primeiro mandato para sinalizar agora a direção torta insinuada no segundo e adotada em vastidão de equívocos sob Dilma Rousseff.

Até o tom exasperado da comunicação pessoal é inadequado para um presidente da República. Transmite angústia, quando precisaria demonstrar tranquilidade e irradiar sensatez.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.