Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Ministro diz a Lula que pressiona Vale para pagar mais por Mariana
No Planalto, Alexandre Silveira (Minas e Energia) diz que R$ 72 bilhões é pouco; Lula quer definição
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez circular no Palácio do Planalto a informação de que pretende "partir para o ataque" contra a Vale.
Assessores de Lula afirmam que, nas palavras de Silveira, "a Vale fez muito pouco ou quase nada para chegar a um desfecho sobre as indenizações referentes ao acidente de Mariana".
Segundo relatos, o ministro diz não ser possível aceitar somente R$ 72 bilhões no acordo com os prejudicados pelo rompimento da barragem e que é preciso que a mineradora comece a falar efetivamente em dinheiro novo, independentemente de ampliar o montante disponível para as obrigações de fazer.
Nos bastidores, a avaliação é de que Silveira corre atrás para atender ao desejo do presidente Lula que, recentemente, declarou ter cobrado o ministro para que a Vale feche, definitivamente, um acordo.
A reparação, no entanto, não envolve somente a mineradora brasileira. O acidente em dois distritos de Mariana (MG) foi provocado pelo rompimento da barragem da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela BHP.
Um acordo foi firmado em 2021, mas ele vem sendo questionado na Justiça. Um grupo de famílias afetadas chegou a acionar a Justiça do Reino Unido.
No Brasil, a proposta apresentada à Justiça é de R$ 127 bilhões no total. Deste valor, cerca de R$ 37 bilhões já foram pagos em reparações. Dos R$ 90 bilhões restantes, R$ 72 bilhões seriam pagos em dinheiro para a União, o governo de Minas Gerais e Espírito Santo e municípios atingidos. Os R$ 18 bilhões restantes seriam obrigações de fazer.
Como noticiou o Painel S.A., o governo espera que esse valor chegue a R$ 140 bilhões, o que obrigaria as empresas a desembolsarem algo entre R$ 13 bilhões e R$ 20 bilhões a mais. As negociações estão em curso e, pelo governo, são mediadas pela AGU (Advocacia-Geral da União).
Com Diego Felix
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