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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu aposta esportiva

Bets faturam mais que Ambev e despertam cobiça de fundos de investimento

CEO de fundo que controla Elisa.bet diz que, após regulamentação, mercado entrará em fase de consolidação

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Brasília

Brunno Galvão comanda a Crownstone Ventures, fundo suíço dono da Elisa.bet que tem R$ 350 milhões para iniciar a rodada de aquisições no recém-regulamentado mercado de bets. Segundo ele, o negócio movimenta mais de R$ 120 bilhões no país. Ou seja, tem o tamanho de uma Vivo, Vibra ou Ambev.

O empresário Brunno Galvão, da Crownstone Ventures - Divulgação

Mais de uma centena de bets pediu licença para operar. Tem espaço para todas?
Nos próximos dois anos, o governo deve começar a coibir as empresas não regulamentadas. A gente estima que elas representem 8% de um mercado que hoje fatura R$ 120 bilhões. Então, vai sobrar mais receita para ser distribuída. Após essa fase, deve ter início uma consolidação.

Quantas sobram?
Umas 60, o que elevará a média de faturamento das grandes casas para cerca de R$ 4 bilhões por ano e a das menores, para R$ 112 milhões. As projeções iniciais, feitas com 136 credenciadas, consideravam que os 20% maiores fariam R$ 2 bilhões e os demais, R$ 56 milhões.

Qual o peso do esporte nesse negócio?
Do total de apostas, 40% são esportivas.

Por que o futebol se tornou um reduto das bets?
O perfil do torcedor é muito alinhado com o do apostador. Quando as bets se vinculam a um time, acabam trazendo a torcida junto e, antes da regulamentação, havia uma necessidade de provarem que são empresas sérias. O torcedor pensava: ‘se ela está no clube, vai pagar o meu prêmio’.

Isso não ocorre no vôlei ou na ginástica, que ganharam apelo com as Olimpíadas?
A quantidade de competições limita o mercado. Não há tantos campeonatos em outras modalidades esportivas.

As bets pretendem mudar esse cenário?
Sem dúvida, elas podem estimular o surgimento de novos campeonatos. Há fenômenos como o Baianinho de Mauá, que promove campeonatos de sinuca com apostas. Volta e meia, disputas entre influenciadores, músicos e cantores vão parar dentro de uma casa de apostas. Teve Popó contra Bambam, lembra? Canais de mídia, como Globo, Bandeirantes e SBT, também estão investindo nesse setor.

Como seu fundo ganha dinheiro com isso?
Na Europa, o retorno médio de um fundo que investe em apostas é de até 18%. Creio que devemos repetir esse índice aqui.

As bets lucram tanto assim para remunerar o investidor?
A margem é apertada, gira em torno de 7%, mas dá.


Raio-X | Brunno Galvão

Até chegar a CEO da Crownstone Ventures, foi um empreendedor em série. Fundou e presidiu diversas startups ao longo de 15 anos. Entre elas estão Remarcados, Super Prix, The Fresh e o Labsvet. Especializou-se em liderança pela Universidade de Stanford e é escritor com livros publicados

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