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Junho Vermelho: ainda não há substituto para o sangue

Campanha da Abrale e Abrasta encoraja doação, desmistifica medos e chama a atenção para a importância desta iniciativa

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Catherine Moura

Médica sanitarista e CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)

O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, é uma data muito importante para engajamento da sociedade brasileira e agradecimento àqueles que já doaram e doam de forma recorrente. Mas a data também traz um alerta: a quantidade de doadores de sangue no país ainda é insuficiente.

Pesquisa aponta que medo está entre os fatores mais apontados por pessoas que decidem não doar sangue - Divulgação

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, são coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas de sangue por ano, o que corresponde ao índice de 1,8% da população. Mas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que este número seja de 3% a 5%.

A doação de sangue é um ato de solidariedade e generosidade que desempenha um papel crucial na saúde pública globalmente e também no Brasil. Porém, uma pesquisa realizada em 2018, em Ribeirão Preto, e publicada na revista eletrônica Vox Sanguinis, mostrou que há alguns motivos que interferem na decisão dos brasileiros sobre doar. Dentre estes estão a religiosidade, o medo, a falta de informação, a falta de qualidade de vida e as variáveis sociodemográficas e comportamentais.

O estudo evidenciou que o medo é o principal motivo de impedimento. Entrevistados apontaram que visualizar o próprio sangue ou mesmo agulhas são desconfortos adicionais. Além disso, o receio de desmaiar durante o procedimento era o que mais os impediam de doar.

Neste Junho Vermelho, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e a Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta) lançam a campanha "Doe sangue e salve vidas. Um dia, você também pode precisar. Sua atitude reflete em todos".

O objetivo é conscientizar a população para o fato de que qualquer um de nós pode necessitar de transfusão sanguínea, e não somente aqueles que têm limitações de saúde, como alguns tipos de câncer e talassemia -tipo de anemia hereditária.

É comum que uma pessoa considerada saudável não pense que há a possibilidade de um dia ter de receber bolsas de sangue em eventuais emergências médicas ou cirurgias eletivas. E aí, quando se vê distante da situação fica mais difícil compreender a importância que este simples gesto pode ter para o próximo. Precisamos mobilizar uns aos outros para fazer o bem coletivamente, ajudando a mudar esse pensamento.

Não há substituto para o sangue. A ciência vem tentando desenvolver alternativas, mas ainda não encontrou o caminho. Ou seja, somente o plasma, plaquetas e glóbulos brancos humanos podem ser utilizados para salvar vidas.

Vamos aproveitar a data para esclarecer que doar sangue é simples e não dói. Os requisitos básicos são: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50kg, e estar alimentado e descansado.

Quem teve Covid-19 pode doar sangue depois de 30 dias da cura. Já indivíduos que tiveram hepatite depois dos 11 anos, pessoas que têm doenças transmitidas pelo sangue –como hepatites B e C, HIV, doença de Chagas e doenças causadas pelos vírus HTLV 1 e 2– não podem doar. Também estão impedidos quem é portador de malária ou utiliza drogas ilícitas.

Pessoas que têm tatuagem, maquiagem definitiva e micropigmentação, se feitas em estabelecimento seguro e adequado, podem doar após 6 meses do procedimento.

O mesmo vale para piercing. Se este foi implantado na região oral ou genital o tempo é de 12 meses após sua retirada.

Os voluntários podem procurar um hemocentro ou estabelecimento de saúde da sua cidade. Cada doação pode impactar diretamente até quatro vidas.

As informações completas sobre a campanha podem ser vistas em www.abrasta.org.br/junhovermelho

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