As ações desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil, também conhecidas por terceiro setor, necessitam de tempo para gerar impactos, efeitos positivos, ou negativos em relação à problemática abordada.
Mas muitas das vezes isso não é compreendido por quem as financia ou patrocina. Geralmente a visão dessa parte está focada no produto final, no atendimento da problemática especifica. Assim poucos recursos são destinados aos processos de preparação das famílias para então gerar impactos.
É evidente que há casos nos quais, mesmo a curto prazo, é possível obter resultados preliminares. Mas os resultados com foco nos efeitos tendem a começar a aparecer no médio e longo prazos. E há situações em que sequer aparecem, por conta de fatores internos ou externos.
Tomemos como exemplo uma planta. Ela não dá frutos assim que é plantada. Por mais rápido que seja o seu ciclo produtivo haverá sempre a necessidade de iniciativas complementares: adubar, capinar, regar. Nesse processo poderão surgir fragilidades para as quais se deve planejar e desenvolver medidas que possam ajustar o ciclo de desenvolvimento e assim gerar frutos.
Essas medidas de ajustes no ciclo produtivo geralmente têm um custo. Demandam tempo e dinheiro.
Este cenário tem semelhança com os processos de desenvolvimento de ações sociais. Eles precisam de acompanhamento e ajustes como condições para geração de impactos.
Diferente do que ocorre na esfera pública, no terceiro setor as ações sociais são desenvolvidas por meio de editais ou termos de parceria, o que significa que os recursos previstos são limitados.
Também é limitado o tempo de execução e para possíveis ajustes, necessários na cronologia das ações e obtenção de impactos.
A partir desse contexto fica evidente a necessidade de diversificar as fontes de captação de recursos por parte das organizações da sociedade civil por meio de doações recorrentes, seja de pessoas físicas ou de outros meios.
Esses recursos podem apoiar causas sociais oriundas de problemáticas gerais e também iniciativas especificas que necessitem de ajustes para obter melhores impactos a médio e logo prazo.
Fica evidente também a necessidade de diálogo com os financiadores ou patrocinadores visando a continuidade do apoio como algo fundamental para o tempo necessário aos impactos.
O Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, tem buscado lidar com essa realidade ao longo de sua trajetória de mais de 37 anos de ações.
Tem experimentado grandes desafios, principalmente por atuar em um território já fragilizado por fatores naturais e mudanças climáticas. Mas na captação de recursos por meio de doações de pessoas físicas tem conseguido resultados positivos.
A partir de 2017 o CEPFS desenvolveu pequenas campanhas de captação de recursos para uma causa específica: a construção de cisternas para famílias em vulnerabilidade social.
No desenvolvimento de quatro campanhas conseguiu arrecadar recursos para a compra de material de construção de cisternas para 102 famílias.
Graças a esse esforço coletivo de solidariedade foi possível concretizar o sonho dessas pessoas: ter água potável na porta de casa. Além de despertar para outras possibilidades no âmbito da captação e manejo de água de chuva para as várias necessidades.
Em 2020 uma campanha de captação recorrente de recursos por parte de pessoas físicas atingiu um número significativo de doadores.
Os recursos foram importantes para o cultivo e o regar de iniciativas complementares às ações previstas nos projetos de fortalecimento da agricultura familiar, a exemplo do Sertão Agroecológico e Solidário.
O CEPFS recebe doações para projetos de apoio à agricultura familiar no semiárido da Paraíba durante todo o ano por meio do site: https://cepfs.org.br/campanhas/
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