Repórter especial da Folha, foi correspondente nos EUA. É vencedora do prêmio internacional de jornalismo Rei da Espanha.
Se as tropas de Maduro atacarem civis venezuelanos na fronteira, o Brasil vai ficar assistindo?
Ou as forças brasileiras vão reagir, iniciando uma guerra com a Venezuela?
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Américo De Grazia, deputado da Assembleia Nacional venezuelana, postou no Twitter fotos de caminhões levando tanques de guerra dentro da cidade de Santa Elena de Uairén, fronteira do Brasil com a Venezuela.
“O #usurpador toma militarmente Santa Elena de Uairén para impedir a entrada da ajuda humanitária para os venezuelanos”, disse o legislador, que se opõe ao regime Maduro.
É por Santa Elena que os caminhões enviados pelo presidente interino Juan Guaidó passariam no dia 23 de fevereiro, sábado, para entrar no Brasil pela cidade de Pacaraima. De lá, seguiriam para Boa Vista, onde seriam abastecidos com remédios e alimentos, e voltariam para a Venezuela.
No início do mês, Guaidó afirmou que, no dia 23, a ajuda humanitária iria entrar na Venezuela de um jeito ou de outro.
Mas o ditador Nicolás Maduro fechou a fronteira com o Brasil e, conforme mostram as fotos do deputado, está mobilizando tanques (e supostamente tropas) no local.
A oposição está convocando milhares de pessoas para se concentrarem em Cúcuta, fronteira com a Colômbia, e Santa Elena no dia 23, e buscar a ajuda humanitária.
Pergunta: se soldados leais a Maduro atirarem em pessoas tentando entrar no Brasil, ou os tanques atacarem os caminhões vazios tentando cruzar a fronteira para buscar a ajuda humanitária, o que o governo brasileiro vai fazer? Assistir enquanto civis são mortos? Reagir e atacar as tropas venezuelanas, iniciando uma guerra?
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro decidiu manter a missão de ajuda humanitária, apesar de Maduro ter fechado a fronteira.
O porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o “limite de ação do Brasil é a faixa de fronteira”. "Os fatos, os eventos, as ações desencadeadas além da nossa borda de fronteira são, naturalmente, de responsabilidade do governo venezuelano.”
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