Siga a folha

Repórter especial da Folha, foi correspondente nos EUA. É vencedora do prêmio internacional de jornalismo Rei da Espanha.

Na campanha eleitoral indiana, pouco se fala sobre violência contra mulheres

Questão, crucial no país, não está recebendo a atenção que deveria

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Mumbai

A polícia do estado do Rajastão prendeu mais dois suspeitos de estupro coletivo de uma mulher dalit, a casta considerada mais baixa na Índia.

A mulher, de 20 anos, estava junto ao marido quando foi abordada por motoristas de caminhão. Cinco homens esmurraram seu marido e depois arrastaram a mulher para um trecho deserto da estrada.

Eles a estupraram várias vezes e filmaram o ataque. O vídeo viralizou.

Estudantes indianas durante vigília em homenagem a mulher de estupro coletivo ocorrido em dezembro de 2012 - Manan Vatsyayanaafp - 16.dez.13/AFP

Uma sobrevivente de estupro em Chandigarh teve sua apelação rejeitada por um tribunal superior após o suspeito do ataque ter sido inocentado por um juiz. Ela acusa o magistrado de ter sido manipulado.

Um padre de Jharkhand foi condenado por conivência em um estupro coletivo em que cinco mulheres foram sequestradas e atacadas por um grupo.

Esses são apenas alguns dos relatos sobre estupros publicados por jornais indianos desde que cheguei à Índia, há dois dias.

Nesta que é minha sexta viagem ao país para fazer reportagens, a violência contra mulheres continua muito presente na nação de quase 1,4 bilhão de habitantes.

Mas o tema não está entre os principais assuntos da campanha eleitoral. Candidatos disputando 900 milhões de votos da maior eleição do mundo têm se concentrado em questões como segurança nacional e terrorismo do Paquistão, desemprego —que atingiu nível recorde em 45 anos—, suicídios de agricultores em meio à crise no campo, nacionalismo hindu.

Não que essas questões não sejam importantes. Mas chama a atenção o fato de a violência sexual contra mulheres, um enorme problema no país, não ganhar mais destaque na campanha eleitoral.

No domingo (12), realiza-se a penúltima rodada da eleição dos legisladores da Lok Sabha, a câmara baixa. A grande aposta é que o BJP, partido do atual primeiro-ministro, Narendra Modi, elegerá o maior número de legisladores.

Mas talvez não conquiste a maioria, como na avassaladora vitória de 2014, e precise fazer uma coalizão.

O principal partido de oposição, o Congresso, tenta costurar uma grande aliança para se contrapor ao BJP.

A votação se encerra no dia 19, e os resultados serão computados e divulgados no dia 23.

Em 2014, em 16 dos 29 estados indianos o número de eleitoras superou o de eleitores. Mesmo assim, uma questão que é crucial para as mulheres, a violência, não está recebendo a atenção que deveria.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas