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Empresário, conselheiro da Natura.

Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Sem reformas, país perderá mais uma oportunidade de retomar o crescimento

Já começam a surgir fissuras no quadro de expectativas positivas que vinha se formando

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Embora não representem a visão de futuro de que o país tanto necessita, as linhas gerais do governo Bolsonaro no campo econômico sinalizam uma lógica com início, meio e fim —partem de um cenário de estagnação, passam por um importante elenco de reformas e, se tudo correr bem, desembocam na retomada do crescimento em patamares razoáveis para a atual realidade.

A reforma da Previdência poderá funcionar como ponto de partida, com forte conteúdo simbólico de um processo mais amplo de ajustes nas contas públicas. O programa de concessões e privatizações pode colocar em curso um movimento de enxugamento do Estado, dotando-o de eficiência e criando oportunidades para a iniciativa privada. 

Já a reforma tributária implicará o necessário aumento da produtividade e da competitividade das empresas, complementada pela abertura da economia e pela aproximação ao fluxo de comércio global.

O ministro Paulo Guedes (Economia) participa de sessão da CCJ para explicar o projeto de reforma da Previdência - Pedro Ladeira - 3.abr.19/Folhapress

Somando a esse quadro propostas consistentes para demandas críticas da sociedade nas áreas de saúde, segurança e educação, até agora desconhecidas ou não formuladas, estará estabelecido o rumo que alicerça o otimismo e, por consequência, a expansão econômica.

Tal cenário já seria promissor. Mas, passados três meses da posse de Jair Bolsonaro, algumas fissuras começam a aparecer no quadro de expectativas positivas formadas a partir das eleições presidenciais, gerando dúvidas sobre a integridade da reforma da Previdência e a capacidade de articulação política do governo.

Seria prematuro tomar esses sinais como prenúncio de reversão dessa agenda. Mas, sem demonstrações cabais sobre o propósito de levar as reformas adiante, a vacilante recuperação da economia pode dar lugar a outro ciclo de retração.

Esse é um risco efetivo, devido ao vazio de lideranças que parece se ampliar a cada dia, ameaçando as esperanças dos brasileiros por um futuro mais promissor. 

Seria um fator adicional à crise institucional formada em passado recente e que ganhou vigor no início da atual gestão.

Alimentado por declarações ociosas, embates dispensáveis e polêmicas sem sentido, o mal-estar entre o Executivo e o Congresso trava decisões importantes e cria um sentimento de insegurança no empresariado, reprimindo os já tímidos níveis de investimentos no Brasil. 

É justamente do que não precisamos. Afinal, com a fragilidade das contas públicas, não se pode esperar que o Estado invista o capital necessário para recuperar a infraestrutura, fomentar a inovação e modernizar nossa indústria, entre outras dezenas de demandas urgentes.

O protagonismo caberá ao setor privado, que, por definição, só desempenha tal papel em um ambiente de negócios que reconheça e valorize o risco e o empreendedorismo, impelidos por uma visão de futuro que não se evapore ao primeiro sinal de crise. 

Cabe ao governo preservar as linhas gerais que pareciam orientar sua atuação na economia e colocar ordem na confusão em áreas críticas como educação e relações exteriores

O que menos se quer é que outra vez se confirme o vaticínio do brilhante economista, diplomata e político Roberto Campos, segundo o qual “o Brasil nunca perde uma oportunidade de perder oportunidades”.

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