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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Abel Ferreira encanta jogadores pela tranquilidade

Técnicos portugueses somam 72 títulos em 30 países diferentes no século 21

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Abel Ferreira conquistou seu primeiro título da carreira, com um incrível roteiro e na Libertadores da América.

Os técnicos portugueses somam 72 títulos em 30 países diferentes no século 21. As grandes ligas europeias tiveram técnicos estrangeiros campeões nacionais na Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França. Em Portugal, o último forasteiro a ganhar o campeonato foi o holandês Co Adriaanse, pelo Porto, em 2006.

Já entendemos que não se deve procurar um novo Jorge Jesus em Abel Ferreira. São estilos diferentes. Jesus é mais midiático e ofensivo. Abel encanta os jogadores pela tranquilidade. Sua lei das 24 horas é a base: “Comemoramos ou choramos 24 horas. Depois, trabalhamos.”

O Palmeiras bicampeão da Libertadores não é o time mais encantador que já se viu. Abel chegou em novembro e discursou sobre fazer uma Academia. Ainda não é, apesar de atuações impecáveis como os 3 a 0 sobre o Athletico, os 3 a 0 contra o River Plate e os 4 a 0 no Corinthians.

Em comparação com Luxemburgo, a grande evolução é o ataque. Saltou de 1,4 para 1,65 gol por partida.

Já foi de 1,87, antes da sequência de poucas bolas na rede contra Flamengo, Ceará, Vasco e Santos. Mas era um período de time concentrado na final e, depois, da decisão debaixo do sol de 35°C do Rio de Janeiro.

Sinceramente, é inacreditável ouvir tanta gente ter falado por uma semana sobre o verão mais fustigante do Rio de Janeiro e depois esperar um jogaço no sábado. Não é pecado o campeão ter participado de um jogo ruim tecnicamente. Problema é marcar a decisão para um horário em que não haveria jogo, só disputa.

Mais grave só o prefeito de São Paulo fechar bares e restaurantes, na zona vermelha, e aglomerar no meio da torcida do Santos. Absoluto desrespeito com a população que pretende governar.

Mas o assunto é futebol e Abel Ferreira, treinador camaleão, que muda o time de rosto de acordo com as circunstâncias. Houve quem apostasse que Gabriel Menino fecharia uma linha de cinco defensores, como em Avellaneda, contra o River Plate.

Uma partida não tinha nada a ver com a outra. Bastava lembrar que Raphael Veiga estava abaixo de sua condição física pela recuperação de Covid e Zé Rafael sofria com lesão de tornozelo. Só por isso, Abel montou o sistema emergencial na Argentina.

E não é por ter dado certo que se repetiria no Maracanã. O treinador deixou claro que não renunciaria ao estilo de sua equipe. Então, o sistema seria 4-2-3-1, com Menino aberto como ponta falso pela direita.

No início da década de 2000, dizia-se 4-2-3-1 em escada, por ter um ponta que fecha como volante e outro que ataca em direção ao gol. Foi assim com Rony do lado esquerdo.

Todo treinador precisa ter sensibilidade para entender quem pede passagem. Pareceu um erro a entrada de Breno Lopes, em vez de Willian.

Mas Breno tinha feito seu primeiro gol pelo Palmeiras contra o Vasco. O mérito de Abel é conhecer o cheiro do vestiário. Sentiu Breno treinando bem e confiante.

Os portugueses ganharam 72 títulos em 30 países, depois de fazerem a universidade unir o sentido teórico à prática do campo de jogo. Abel Ferreira é um bom exemplo do que Portugal já conseguiu no futebol.

Terceiro europeu

Na história da Libertadores, Abel Ferreira é o terceiro técnico europeu campeão. Antes, o croata Mirko Jozic, pelo Colo-Colo (1991) e Jorge Jesus. Cuca jogou nove clássicos Palmeiras x Santos, dos dois lados. Perdeu seis vezes e empatou três. Nunca venceu.

Quase fora

O São Paulo começou o jogo contra o Atlético-GO mudando de estilo e atrasando a marcação. Também não funcionou. Já não é verdade que Fernando Diniz só tenha um jeito de jogar. O fato é que o São Paulo voltou a ter todos os titulares, mas não consegue jogar bem.

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