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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Copa do Brasil 2021

Athletico está na lista dos grandes do futebol brasileiro

Se diminuir a dependência de Petraglia, clube será candidato a títulos todos os anos

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Não incluir o Athletico na lista dos grandes do futebol brasileiro é parar no tempo. O rubro-negro do Paraná tem chance de conquistar seu terceiro título nacional e o segundo internacional deste século, período em que o Botafogo só conquistou estaduais, e o Vasco, três cariocas e uma Copa do Brasil.

À parte a decisão da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo, o Athletico é um dos exemplos de que o equilíbrio persiste no Brasil. A gestão centrada em Mario Celso Petraglia é um risco, mas o próprio dirigente responde: "Estamos preparando a transição para empresa".

A ideia é atrair investidores, abrir capital e, a partir daí, usar o dinheiro para montar grandes times. Até hoje, a construção do centro de treinamento e da Arena da Baixada consumiram muita energia.

Jogadores do Athletico comemoram gol na vitória sobre o Flamengo que valeu ao time paranaense vaga em mais uma decisão - Delmiro Junior/Photo Premium/Ag. O Globo

O Atlético-MG tem outro modelo de administração, com dívida enorme e aportes financeiros do empresário Rubem Menin, da construtora MRV. Ele garante que só recuperará o dinheiro investido nas eventuais vendas dos jogadores que ajudou a contratar. Diz que o Galo tem harmonia política. Não é bem assim.

Uma hipotética mudança do grupo dominante na diretoria pode transformar o amigo em inimigo. Por outro lado, a construção do estádio pode ser a diferença na comparação com o Cruzeiro.

Os sucessos do Atlético e do Athletico mantêm a imprevisibilidade como a maior qualidade dos campeonatos disputados no Brasil. Não que não existam surpresas na Europa, como a eliminação do Manchester City da Copa da Liga Inglesa e a goleada imposta pelo Borussia Mönchengladbach sobre o Bayern mostraram nesta semana.

O Atlético-MG pode ser o nono campeão brasileiro no século 21. No mesmo período, houve seis vencedores na Inglaterra, cinco na Alemanha, quatro na Espanha e três na Itália. A liga espanhola tem o Barcelona em crise, com demissão de Ronald Koeman, e a Real Sociedad na liderança, seguida por Sevilla, Real Madrid e Betis.

Brasilizou a Espanha antes de espanholizar o Brasil.

Não significa que nunca vá haver polarização por aqui. Ainda não há.

O que nos traz de volta ao debate sobre o Athletico. A separação da imprensa esportiva entre os grandes clubes nacionais e regionais remonta à década de 1960.

O título da Taça Brasil do Cruzeiro acendeu o alerta de que havia futebol além da Via Dutra. A partir do ano seguinte, o Torneio Rio-São Paulo, cujo nome oficial era Roberto Gomes Pedrosa, foi ampliado para receber gaúchos, mineiros, paranaenses e, depois, pernambucanos e baianos. O Roberto Gomes Pedrosa cresceu e virou Robertão.

O Cruzeiro, campeão de 1966, forçou o olhar para o Atlético, e este respondeu à altura com o troféu do Brasileirão de 1971. O Internacional se tornou gigante com os vice-campeonatos dos Robertões de 1967 e 1968 e continuou protagonista até ser tricampeão brasileiro na década de 1970. O Grêmio também passou a ser respeitado como gigante no final da década de 1960, apesar de só ganhar um troféu nacional em 1981.

O Atlético-MG pode ser o nono campeão brasileiro no século 21 - Pedro Souza - 17.out.21/CAM

Se um mineiro era grande, o outro também era, e isso valeu para os gaúchos. Era como se tivessem preenchido uma ficha de inscrição que paranaenses nunca preencheram.

Dos "doze grandes", nove passaram pela Série B. É cíclico. O Athletico estava na segundona em 2012, mas é dos mais frequentes na parte superior da tabela.

Se fizer a transição para empresa e diminuir a dependência de Petraglia, como ele planeja, o Athletico será candidato a títulos todos os anos, como são Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG e voltarão a ser em breve Corinthians, São Paulo, Grêmio e Internacional.

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