Jornalista especializada em economia, é autora de ‘Why Not’, sobre delação dos irmãos Batista e a história da JBS.
Só a reforma da Previdência não basta, diz Pastore
Para inverter tendência de queda da renda per capita, Brasil deve aumentar produtividade
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Tive a honra de assistir nesta quinta-feira (6) a um seminário em homenagem aos 80 anos do economista Affonso Celso Pastore. Na pauta, as principais preocupações de sua vida acadêmica e profissional: política fiscal, política monetária e crescimento.
No pequeno auditório em São Paulo, estavam presentes profissionais que marcaram a história recente do Brasil: Delfim Netto, Armínio Fraga, Persio Arida, Carlos Langoni, Edmar Bacha, José Roberto Mendonça de Barros, Gustavo Franco, Marcos Lisboa, entre tantos outros.
Todos ali para prestar um tributo ao professor, que foi presidente do Banco Central na década de 80. Ele ajudou a domar a dívida externa, que assolava o país na época, mas sua maior contribuição não é essa.
Sua maior contribuição é a influência que exerceu e exerce em toda uma geração de economistas, que não “consertou” o Brasil, mas, sem dúvida, o colocou num rumo melhor, apesar de todos os pesares.
No intervalo entre os debates, aproveitei para junto com um colega jornalista perguntar a Pastore sua avaliação sobre a economia brasileira hoje. E ele demonstrou - mais uma vez - que está sempre caminhando um passo a frente.
Afirmou que a reforma da Previdência é essencial para reduzir os riscos fiscais e permitir que os empresários voltem a investir, mas não é suficiente. Disse que, para inverter a tendência de queda da renda per capita, o Brasil precisa aumentar sua produtividade.
“O governo tem que começar a efetivamente governar”, afirmou Pastore, referindo-se aos fracos resultados dos primeiros cinco meses do governo Jair Bolsonaro. E citou como exemplo que é fundamental que o governo implemente uma reforma tributária, que simplifique o sistema e desestimule a guerra fiscal, na qual até mesmo o governo de São Paulo ingressou.
Aos 80 anos, Pastore continua meticuloso na análise dos dados, preciso na análise da economia, disposto a contribuir com o debate e otimista com o Brasil - mesmo em uma tempo de economia frágil e governo despreparado para lidar com os desafios do país. É um privilégio aprender com ele.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters