Siga a folha

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

Ô Trump, tu deu mole

Pega essa visão de um conselheiro da extrema direita carioca

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Ô Trump, na boa, mermão, tomei esta coluna de jornal emprestada aqui para deixar claro o seguinte: tu garoteou. Falo com a tranquilidade de quem conhece a dinâmica de Rio das Pedras e aconselha a extrema direita carioca há um tempão.

A parada é a seguinte: faltou malandragem aí, parceiro.

Logo você, que já fez uma porrada de transação imobiliária na vida, meu brother. Não teve a sagacidade de pagar as paradas em dinheiro vivo? Ô, meu patrão, assim você me decepciona.

Ilustração de Débora Gonzales para coluna de Renato Terra de 6 de abril de 2023 - Débora Gonzales/Folhapress

Qualquer moleque de oito anos aqui em Rio das Pedras sabe que comprar imóvel em dinheiro vivo é a melhor jogada pra ter sempre umas notinhas não contabilizadas na manga. Tu declara que pagou 500 mil pilas, entrega 350 na mão do vendedor e fica com 150 pra comprar o silêncio de quem tu quiser, irmão. Sem deixar rastro nenhum.

Aí tu vai deixando uma porrada de documento impresso e auditável pra trás. Ô Trump, na boa, tu deu mole. Achei que tu era mais faixa preta nessa bagaça.

Mas tudo bem. Sei lá como funciona essa bagaça de dinheiro vivo aí nos States. Pode ser mais complicado que aqui, beleza. Mesmo assim, rapá, tem outras maneiras. Tu já empregou gente pra caralho.

Pega uma meia dúzia de três ou quatro pra te devolver uma parte do salário em dinheiro vivo, cara. Tá de bobeira. De novo: tu fica cheio de grana não rastreada. Dá até para comprar, sei lá, um muro.

Outro jeito tranquilaço é trocando joia, irmão. Vai dizer que tu nunca recebeu um brilhantezinho de presente de um xeique doidão aí? Deixa um bracelete cair no colo da Stormy, bem suave. Um reloginho de ouro de presente ali na gavetinha do porteiro. Já foi, parceiro. Tá pago. Ninguém sabe, ninguém viu. Mas o recado tá dado. Quem recebeu o presente vai entender qual é a da parada.

Na boa? Às vezes acho que falta tu se olhar no espelho, cara. Pega essa visão aqui: tu tem essa cara laranja aí para quê? Nem assim pra tu ter uma ideia de abrir uma loja de chocolate em sociedade com um camaradinha amigo teu? Ou uma concessionária? Ô Trump, carro usado é o buraco negro do universo. Dependendo do cliente, eu vendo um Fiat Marea 98 por R$ 400 mil e uma Ferrari por 15 centavos. Fazendo em dinheiro vivo, a gente bota o que quiser na nota fiscal e fecha o ciclo.

Mas não te aperta. Vou fazer o seguinte. Tem um camarada meu que vai desenrolar contigo pessoalmente. Se tu quiser fechar com a nossa consultoria, vai ficar tudo na boca pequena. Vai pegar nada. Pode pôr fé.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas