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Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

'Cuidar das pessoas'

Crivella deve explicações às que votaram nele e hoje estão sem atendimento médico

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O bispo Marcelo Crivella, pior prefeito do Rio em todos os tempos, insiste em seu exercício de ódio contra tudo que caracteriza a cidade. Neste último sábado (14), não se deu ao respeito de prestigiar a inauguração da árvore de Natal da Lagoa, atração mantida por particulares, que recebe gente do país inteiro e não custa um real à prefeitura. Há meses, ignorou o Rock in Rio, evento que, durante duas semanas, faz a festa do comércio, hotéis, restaurantes, táxis, ambulantes. Ainda neste ano, Crivella agrediu a Bienal do Livro, a maior do país, despachando um bufão para proibir um gibi e se tornando motivo de chacota internacional. E, desde que assumiu a prefeitura, faz o que pode para sabotar o Carnaval e o Réveillon, festas que só voltarão a ser o que eram quando ele deixar o cargo e se retirar, como sugere um amigo meu, para o raio que o parta.

O notável é que todos esses eventos —que qualquer cidade do Brasil daria tudo para hospedar— revertem em impostos diretos e indiretos para a prefeitura, e que ele aceita sem constrangimento. Donde deveria ser de seu interesse até promover esses eventos, para aumentar seu faturamento. Mas Crivella, ao contrário, dedica-se a torpedeá-los, como se portador de uma espada divina, destinada a expulsar os infiéis do templo —do seu templo. Só que o Rio votou nele para prefeito, não para pastor.

Nas diversas vezes em que diminuiu a verba do Carnaval —ou, como agora, em que ameaça negá-la de todo—, Crivella alegou que a destinaria à saúde e à educação. Mas algo deve ter acontecido com ela a caminho dos hospitais, postos de saúde e clínicas da família, porque o Rio vive neste momento a pior crise de sua história no setor. 

Como centralizou sua campanha no mote "cuidar das pessoas", Crivella deve explicações àquelas que votaram nele e hoje se veem sem atendimento médico. 

As que sobreviverem, claro.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella - Futura Press/Folhapress
 

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