Siga a folha

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Nomes a percorrer de táxi

Conhece Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Diaz?

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Em busca de certa informação, colidi outro dia com o nome de um funcionário do Itamaraty na Primeira Guerra Mundial, que dizia ter namorado em Paris a espiã Mata Hari. Se Mata tivesse namorado todos que se gabaram disso, onde acharia tempo para espionar? Mas o melhor era o nome impresso no cartão do sujeito: Luiz Felipe de Florambel Beaurepaire-Rohan Pinto Peixoto. Tomava duas linhas.

Para o crítico Agrippino Grieco, alguns nomes "exigem um táxi para serem percorridos na íntegra". Como o de João do Rio: João Paulo Emilio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. E o do escritor Alvaro Moreyra? Alvaro Maria da Soledade Pinto da Fonseca Velhinho Rodrigues Moreira da Silva —até ele trocar em cartório todos os sobrenomes pelo y em Moreyra. Perto desses, o nome completo de Olavo Bilac —Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, um dodecassílabo perfeito— era até modesto. E quem pode se impressionar com os de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim e Marcus Vinicius da Cruz Mello de Moraes, respectivamente Tom e Vinicius?

Não diante de Gilberto de Lima Azevedo Souza Ferreira Amado de Faria, o temido articulista Gilberto Amado. O de Adalgisa Maria Feliciano Noel Cancela Ferreira Nery, a poeta Adalgisa Nery, que esfarrapava corações nos anos 1930 e 1940. E o de José Geraldo Manuel Germano Correa Vieira Machado Drummond da Costa, o romancista José Geraldo Vieira, autor de "A Mulher Que Fugiu de Sodoma". Hoje esquecidos, eles eram poderosos no século 20.

Conhece Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Diaz? Era o imortal comediante Oscarito. E quem no Rio não amava o cartunista Lan? Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini. Para não falar em Sócrates —Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira.

A que o colunista Telmo Martino apunha um "de Orleans e Bragança", para fazer jus à nobreza do craque.

O ator Oscarito posa para retrato, em 1956 - Acervo UH - 1956/Folhapress

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas