Siga a folha

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Deliciosas efemérides

Por que esse formalismo dos anos redondos? Por que não celebrar algo acontecido há 2.028 quebrados anos atrás?

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Efemérides. Como todo jornalista, sou louco por elas, porque nos permitem escrever sobre algo importante acontecido há 50, 100 ou 500 anos. Neste sentido, 2024 será formidável. Já tivemos ou teremos os cem anos do lançamento do Manifesto Surrealista por André Breton, da estreia da "Rhapsody in Blue", de George Gershwin, da morte de Kafka, da produção em massa do Band-Aid, do primeiro eletroencefalograma, de filmes como "O Anel dos Nibelungos", de Fritz Lang, "A Última Gargalhada", de F. W. Murnau, e "O Ladrão de Bagdá", de Raoul Walsh, e da casquinha de sorvete.

À sua maneira, o Brasil também foi um fuzuê em 1924. Foi o ano da Revolta Paulista, o segundo levante militar contra as oligarquias que atrasavam o país (o primeiro foi o dos 18 do Forte de Copacabana, no Rio, em 1922). Os rebeldes tomaram São Paulo, espaventaram o governador e os quatrocentões, donos do poder, fugiram trêmulos para suas fazendas. Mas o governo de Arthur Bernardes mandou os aviões bombardearem a cidade, dispersou os rebeldes e dali nasceu a Coluna Prestes. Ano histórico. Os mais ousados talvez incluam entre os eventos de 1924 também o nascimento de Ibrahim Sued.

Os anos terminados em quatro sempre foram agitados. Em 1944, tivemos a luta dos pracinhas na Itália. Em 1954, o lançamento de "A Luta Corporal", de Ferreira Gullar, que rachou a poesia brasileira. Em 1964, o golpe militar. Em 1974, a fusão por Geisel da rica Guanabara com o falido Estado do Rio, para esvaziar política e economicamente o Rio. Em 1984, a explosão do duto em Cubatão. Em 1994, a morte de Ayrton Senna e Tom Jobim. E por aí vai.

Mas por que esse formalismo dos números redondos? Há uma teoria de que, se Herodes morreu em 4 a.C., Jesus Cristo só pode ter nascido naquele ano, há 2.028 quebrados anos atrás. Se for verdade, significa que Ele não ligava para números, tanto que nasceu antes de Cristo.

Monumento aos 18 do Forte na avenida Atlântica, canteiro central, na altura da rua Siqueira Campos - Eduardo Anizelli/ Folhapress

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas