Siga a folha

Economista principal do Banco Mundial para o Brasil e doutora em economia pela Universidade de Manchester (Reino Unido)

Descrição de chapéu América Latina Mercosul

Ambiente de negócios e os desafios enfrentados pelas empresas

Setor privado é crucial para produtividade e desenvolvimento econômico

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O setor privado é um motor crucial da produtividade e do desenvolvimento econômico de qualquer país. Proporciona receitas fiscais e, em particular, serve como rede de proteção para parcelas desfavorecidas da sociedade. Empresas privadas proporcionam empregos e frequentemente impulsionam a inovação, criando produtos e serviços que podem melhorar a qualidade de vida da população.

Muitas envolvem-se em atividades de Responsabilidade Social Corporativa, que podem incluir iniciativas para apoiar as comunidades locais, melhorar a educação e reduzir a pobreza.

Por tudo isso, compreender os obstáculos do ambiente de negócios é um passo inicial para propor soluções eficazes para as dificuldades enfrentadas pelas empresas e ajudá-las a alcançar seu potencial.

Para esse objetivo, o Banco Mundial conta com o projeto Enterprise Surveys, que existe há quase duas décadas e conduz pesquisas empresariais com uma metodologia padronizada junto às empresas de mais de 150 países. Com a coleta de dados atualmente em andamento junto a uma amostra aleatória de empresas representativas do setor formal nacional, os resultados estão previstos para serem publicados em 2025.

Ilustração mostra profissionais aglomerados ao redor de uma lâmpada, que simboliza a criatividade - Premyuda/ Adobe Stock

Dados coletados pelo projeto "Enterprise Surveys" globalmente ao longo de quase duas décadas já permitiram gerar um conjunto extenso de evidência empírica demonstrando que há uma relação forte entre o desempenho das empresas e o crescimento econômico, influenciado por fatores como o ambiente de negócios, a produtividade, a inovação, a concorrência e a participação no comércio internacional. Neste sentido, a literatura evidencia que regulamentações insuficientes, ou em excesso, podem restringir a produtividade, e as empresas que navegam o ambiente de negócios de maneira mais eficaz tendem a ser as mais produtivas.

A evidência mostra também que o forte desempenho das empresas estimula a concorrência, o que normalmente leva a uma alocação de recursos mais eficiente, a preços mais baixos e a produtos de melhor qualidade para os consumidores.

Dados recentes coletados em 2023, em 50 economias, incluindo países da América Latina como México, Paraguai, Colômbia e Peru, também revelam aspectos interessantes. Em indicadores como a incidência de corrupção, foi encontrada uma diferença importante na porcentagem de empresas que declaram sofrer pelo menos um pedido de suborno em seis transações públicas relacionadas com autorizações, licenças, impostos e acesso a serviços públicos. Em economias de renda baixa e média, 12% das empresas declararam receber esse tipo de solicitação, enquanto nas de alta renda somente 2% das empresas disseram ter passado por isso.

Em termos de acesso a crédito, os dados também revelaram discrepâncias. Em economias de renda baixa e média, 41% das empresas declaram restrições de crédito parcial ou total, contra 17% dos países de renda alta. Neste sentido, existe também uma extensa literatura demonstrando que a disponibilidade de crédito e mais opções de financiamento permitem que as empresas invistam mais em medidas de aumento da produtividade.

À medida que a pesquisa se estende ao Brasil, o objetivo é lançar luz sobre as disparidades e os obstáculos que as empresas brasileiras enfrentam e criar um repositório crescente de conhecimento que promete orientar estratégias econômicas futuras e estimular o progresso econômico global.


Este artigo foi escrito em colaboração com Caroline Nogueira, economista do Departamento de Indicadores Globais.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas