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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Ainda é cedo para colocar Vinicius Junior entre os melhores do mundo

Atacante, porém, teve enorme evolução, o que aumenta a esperança na seleção brasileira

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Há tempos, critico a maneira ultrapassada de jogar de várias equipes brasileiras, a ausência de mais craques na seleção, no nível dos melhores do mundo, e a estrutura viciada e desorganizada do futebol brasileiro. São reflexos do que acontece no país, da falta de profissionalismo, da pouca insistência em fazer bem-feito e do pouco desenvolvimento técnico, social, educacional e moral que assola o Brasil.

Mas não sou cego. Reconheço que muitas coisas melhoraram no futebol, como a presença, no ano passado, de três clubes fortes, dentro e fora de campo, Flamengo, Atlético e Palmeiras. Outras equipes, como Fortaleza, Bragantino e Athletico, tiveram, na média, bons resultados e desempenhos. Vi também evoluções nas estratégias de jogo: pressão para recuperar a bola, defesa e ataque em bloco e maior troca de passes.

Na seleção, aumentaram as esperanças com a enorme evolução de Vinicius Junior e com as boas atuações, nos clubes e no time brasileiro, de vários outros jogadores, como Paquetá, Fabinho, Militão, Raphinha e Antony.

Vinicius Junior comemora gol sobre o Barcelona em jogo da Supercopa da Espanha - Fayez Nureldine - 12.jan.2022/AFP

Faltam à seleção jogadores excepcionais na função de centroavante, nas laterais e no meio-campo, naquela posição que é chamada no Brasil de segundo volante –que joga de uma intermediária à outra, que marca, constrói e ataca.

O melhor que atua nessa posição no Brasil, Edenílson, não foi convocado, não por injustiça, mas pela incapacidade do país de formar grandes jogadores nessa posição. Edenílson tem 32 anos, destaca-se mais pela força física, pela capacidade de atacar e de defender, e não fez a formação habitual das categorias de base.

Daniel Alves, que terá 39 anos na Copa, foi convocado e, provavelmente, será o titular no Mundial. Contra o Real Madrid, além de mostrar sua classe nos passes, marcou bem Vinicius Junior. Em vez de chegar junto para tomar a bola, Daniel recuava para não receber a bola nas costas. O Brasil não tem outro excelente para a posição. Danilo, contundido, é apenas um bom jogador, e Emerson, convocado, não tem talento para jogar na seleção.

Tite mudou, nas últimas convocações, vários jogadores. Saíram Firmino, Richarlison, que está lesionado, e Everton Cebolinha, e entraram Raphinha, Antony, Matheus Cunha, Rodrygo e Vinicius Junior. No Real, Vinicius Junior aprendeu a ser um ponta veloz e driblador e também a entrar pelo meio, no momento certo, para definir a jogada com um passe ou com uma finalização. Mas ainda é cedo para colocá-lo no nível dos melhores jogadores do mundo.

Como Neymar está contundido e Paquetá, suspenso para a primeira partida contra o Equador, é provável que, de acordo com o esquema tático que tem sido utilizado, Coutinho, mesmo fora de forma, seja o substituto de Neymar, para atuar mais próximo ao centroavante. Essa é a melhor posição para ele, pois dribla e finaliza bem de fora da área. Na Copa de 2018, Coutinho jogou muito recuado, na função de Renato Augusto. Não tinha força física para atacar e defender.

Quando tiver Vinicius Junior pela esquerda e Neymar pelo centro, próximo ao centroavante, Tite terá de arrumar uma posição para Paquetá, pela direita ou mais recuado, no lugar de Fred, pelo menos em alguns momentos da partida.

Paquetá pode também atuar mais à frente, como no Lyon, entre Vinicius Junior e Neymar, dois atacantes agressivos, que precisam contar com um facilitador, com toques rápidos e precisos. Conheço essa história. A vida e o futebol não começaram nem terminaram com a internet.

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