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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

O Brasil, o seu futebol e os seus zagueiros precisam dar alguns passos à frente

Jogadores de defesa continuam colados à grande área, o que não é mais necessário

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Dias atrás, Milton Nascimento completou 80 anos. Ele, Fernando Brant, a turma do Clube da Esquina e tantos outros artistas e poetas dessa geração embalaram os sonhos da minha juventude, na época da nefasta ditadura.

Na atual guerra de ódio e de fake news, ainda bem, para contrabalançar, que existem o futebol, a arte, a amizade, o amor, a paixão, a ética, a seriedade profissional e a companhia de tantas pessoas queridas, que me ajudam a continuar sonhando. "Faz escuro, mas eu canto." (Thiago de Mello)

As emoções continuam no futebol. Neste sábado (29), ocorre a decisão da Libertadores. Mesmo se o Athletico for derrotado, já é um dos fortes do futebol sul-americano.

Há uma tendência mundial, que chegou ao Brasil, de domínio financeiro e técnico de poucos times, como Flamengo e Palmeiras. No ano passado, o Atlético rivalizou com os dois, mas teve uma queda neste ano.

O Palmeiras já é, merecidamente, campeão brasileiro. A disputa pelas últimas vagas na Libertadores e para fugir do rebaixamento será emocionante neste fim de campeonato. O Inter, já garantido na fase de grupos da Libertadores, tem um time bastante organizado. Mano Menezes recuperou o prestígio que havia perdido nos últimos anos.

Mano Menezes montou um Internacional organizado - Sergio Moraes - 5.out.22/Reuters

No Fluminense, Fernando Diniz está aprendendo que o jogo é muito mais que uma disputa de conceitos e de estratégias pessoais. É preciso ir além, criar variações, de acordo com o momento e com o adversário. Cano não para de fazer gols. Ele sabe, antes dos outros, aonde a bola vai chegar. Como ele sabe? Sabendo. Existe um saber que antecede o raciocínio e o pensamento.

Será ruim se o Corinthians perder o técnico Vítor Pereira. Ele, além de bom treinador, é um bom professor, que ajuda na evolução do futebol brasileiro. Não basta treinar, é preciso saber ensinar.

O Atlético é uma decepção, pela expectativa criada. Se, com Hulk, estava ruim, pior sem ele. Quem não viu os jogadores atuais do Atlético jogarem tão bem no ano passado vai dizer que o elenco atual não é grandes coisas e que o time precisa urgentemente de várias contratações.

Um time que agrada e que surpreende é o Botafogo, pelo desempenho e por ter vários jogadores que eram desconhecidos, como Tiquinho e Jeffinho. Os dois estão no lugar certo, dirigidos por um bom técnico e bom professor, o português Luís Castro, que, além disso, gosta de diminutivos, uma linguagem carinhosa e característica dos portugueses.

O Fortaleza, quando terminou o primeiro turno na lanterna, caracterizava-se pela enorme distância do resultado em relação ao desempenho. Agora, o time disputa uma vaga na Libertadores. Duvide de times que joguem mal e que vençam. O futebol também possui lógica.

O América, que ainda tem chance de conseguir uma vaga na Libertadores, já é um time vitorioso por não ter mais nenhuma possibilidade de voltar à Série B, o que tinha acontecido em outras temporadas.

Repito, os times brasileiros melhoraram a estratégia em campo, embora apresentem ainda várias deficiências, como a pressa para chegar ao gol, o excesso de cruzamentos para a área e a pouca construção no meio-campo. Outra deficiência é que, quando avançam, deixam grandes espaços entre a defesa e o meio-campo, pois os zagueiros continuam colados à grande área. Isso não é mais necessário, já que os goleiros atuam bem na cobertura.

O zagueiro Pedro Henrique, do Athletico, que já é um dos clubes fortes do futebol sul-americano - Divulgação/Athletico

O Brasil, o futebol brasileiro e os zagueiros precisam dar alguns passos à frente.

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