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Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

Projetos de destruição

Verão como lutamos contra as mentiras que chamam de "progresso"

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Mais um ano se passou, e reafirmamos que a luta permanecerá de pé, ainda que sobre apenas um de nós. Tivemos muitas conquistas este ano. Não podemos esquecê-las nem deixar de comemorá-las.
Tivemos a criação do Ministério dos Povos Indígenas e do Ministério da Igualdade Racial. Foram demarcadas seis terras indígenas. Pela primeira vez uma mulher indígena, Joenia Wapichana, assumiu a presidência da Funai, e muitos outros indígenas passaram a assumir as coordenações das regionais da Funai e também de distritos de saúde indígena.

Indígenas do Acampamento Terra Livre, maior encontro de etnias do país, marcham até o Congresso, em Brasília, por garantia de demarcação de terras e aceleração de políticas públicas para frear o aquecimento global - Gabriela Biló - 24.abr.23/Folhapress

Reflorestamos nossas terras e protegemos as nascentes dos rios. Ecoamos cada vez mais longe nossos cantos e vozes. Nos reunimos na luta por demarcação, por nossas mulheres e crianças e pensando nas mudanças climáticas no Acampamento Terra Livre e na Marcha das Mulheres Indígena em Brasília. Resistimos nos territórios ao Congresso Nacional. Foi declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, a tese do marco temporal.

Mas seguem chamando de "progresso" uma mentira. Não conseguem nem cuidar da segurança das mulheres, que continuam sendo agredidas e violadas. Defensores continuam a ter suas vidas ameaçadas e a ser assassinados.

Aqueles que cobiçam nossas terras e destroem nossas vidas já disseram que vão adiante com os megaprojetos do capital para transformar nossas terras em mercadoria e têm um plano agrário para acabar de vez conosco, chamado marco temporal, que transformaram em lei. Querem a exploração de petróleo na Amazônia.

São projetos de destruição, por mais que tentem esconder isso com suas mentiras e falsas notícias. Que digam que é por nós ou pelo "progresso", digam até mesmo que não existe outro caminho ou que os outros caminhos são longos ou demorados demais. A verdade é que esses planos vão de todas as formas e feitios contra os povos originários, contra as suas comunidades, as suas terras, as suas matas, os seus rios, os animais, as plantas e até as pedras e montanhas.

Ou seja, não vão só contra nós, povos indígenas, mas também contra todas as mulheres, crianças e homens que vivem neste planeta como nós e precisam da mesma Mãe Terra para sobreviver. Há ainda quem nos olhe como ignorantes, atrasados e insignificantes, mas esses também sentirão os efeitos das emergências climáticas.

Lutaremos com tudo que temos e com toda a nossa força contra esses projetos de morte. Não desistiremos nem iremos titubear até que tenhamos nossos direitos garantidos e nossas matas e casas protegidas. O que acontecerá é que verão cada vez mais sementes florescerem, verão uma juventude e mulheres indígenas que não se vendem nem se rendem.

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