Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Precisamos de medidas drásticas contra o aquecimento global

Temperatura pode subir 2,5°C antes de 2050 se não agirmos com eficácia

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Pela primeira vez a temperatura média global chega a 2°C acima da era pré-industrial, considerada o marco de quando as emissões de carbono pelas atividades humanas começam a escalar. Os dados são do observatório europeu Copernicus e foram divulgados nesta segunda-feira (20).

O recorde de temperatura ocorre em um ano em que o mundo enfrenta eventos extremos. No Brasil, com o fenômeno El Niño e a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases de efeito estufa, temos visto desastres climáticos que afetam milhões de pessoas, como a seca na Amazônia e alagamentos no Sul. Os gases de efeito estufa são resultados da atividade humana, como o uso dos combustíveis fósseis, a degradação ambiental e a queimada das florestas.

O fenômeno El Niño também aconteceu em 2016, mas a mudança de temperatura foi quase metade do que a verificada atualmente. Para o internacionalmente reconhecido pesquisador Carlos Nobre, esse número é resultado da maior emissão de gases do efeito estufa.

Em 2015, o Acordo de Paris criou metas para que os países consigam manter o aquecimento global abaixo de 2°C, buscando limitá-lo a 1,5°C. O relatório recente da ONU apontou que a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C é de apenas 14%. Cientistas do IPCCC alertam sobre a diferença dos impactos entre um mundo 1,5˚C ou 2°C mais quente.

Suas pesquisas mostram que o mundo enfrentará severos impactos climáticos, mesmo com 1,5°̊C de aquecimento, e os efeitos pioram significativamente com 2°C. Já enfrentamos cerca de 1°C de aumento da temperatura média e antes mesmo de 2050 poderemos alcançar 2,5ºC se não tomarmos medidas drásticas. Isso significa, por exemplo, a savanização da Amazônia. As necessidades de adaptação também crescem à medida que a temperatura aumenta.

A conferência do clima da ONU (COP 28), que acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, se aproxima e precisamos agir agora. Alguns dos efeitos são irreversíveis, mas ainda temos tempo para evitar o pior.

Por isso também precisamos estar atentos ao que acontece nesses espaços. Algumas das principais questões a serem observadas nessa COP são: a expectativa de um acordo para triplicar a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030; financiamento climático; o modo de implementação de um fundo para perdas e danos que foi criado na COP27; a eliminação gradual dos combustíveis fósseis:.

O nosso futuro depende de compromissos sérios para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e de um balanço global que avalia o progresso coletivo em relação aos objetivos do Acordo de Paris.

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