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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Cresce dependência do agronegócio brasileiro das importações chinesas

De cada 100 kg de soja exportados até novembro, 82 kg foram para o país asiático

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Alimentar os chineses é um bom negócio para o país, mas a dependência que o agronegócio brasileiro tem dos asiáticos cresce ano a ano.


De janeiro a novembro, os chineses elevaram em 32% as compras de soja do Brasil. Nesse mesmo período, as importações de carnes cresceram 48%, as de celulose, 60%, e as de algodão, 139%.

Colheita de algodão em Goiás; exportações para a China crescem 139% - Mauro Zafalon - 30.ago.18/Folhapress

De cada 100 quilos de soja que o Brasil exportou, 82 quilos saíram dos portos brasileiros em direção à China. O país asiático levou 65 milhões de toneladas da oleaginosa.

Há quatro anos, a participação dos chineses nas exportações brasileiras de soja era de 72%. A deste ano já atinge 82%, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Em um ano de produção e de exportações recordes, o Brasil já colocou 80 milhões de toneladas de soja no mercado externo. Até o fim do ano, as vendas externas deverão somar 83 milhões.

Enquanto a participação da China no produto brasileiro cresce, a da União Europeia, o segundo maior mercado para o Brasil, está estável. Os países do bloco europeu importaram 5 milhões de toneladas no ano.

Até novembro, os chineses deixaram US$ 26 bilhões no país com as compras de soja em grão, de farelo de soja e de óleo. As receitas totais do país com esses produtos somaram US$ 39 bilhões.

Os chineses abocanham também uma fatia maior da carne brasileira. Nos 11 primeiros meses deste ano, as exportações dessas proteínas para o país asiático somaram US$ 2,4 bilhões, 48% mais do que em igual período de 2017.

Embora com receitas menores do que a das outras carnes, a suína teve a maior evolução no ano, aumentando em 238%. A peste suína africana, que afeta várias das principais regiões produtoras de suínos, obrigou o país a acelerar as importações.

A carne bovina também ganha espaço, com aumento de 66% no ano. A China importou o correspondente a US$ 1,4 bilhão desse produto do Brasil. As exportações de carnes de aves também crescem, somando US$ 740 milhões, mas apenas 4% acima das de 2017.

As exportações brasileiras dessa proteína para a China devem crescer no próximo ano. É a carne que melhor substitui a suína, que está ficando mais cara e com demanda menor, devido aos problemas sanitários no país asiático.

A China leva, ainda, 42% da celulose brasileira. Neste ano, os chineses gastaram US$ 2,84 bilhões com a compra desse produto. Nesse caso, a Europa também tem uma boa participação no produto brasileiro, ao ficar com 32%.

Os chineses avançaram também nas compras de milho brasileiro neste ano, mas o volume foi insignificante em relação aos 220 milhões de toneladas que eles consomem.

Há cinco anos, 25% dos alimentos exportados pelo Brasil iam para a China. Neste ano, o percentual atinge 38%, devido ao peso da soja e crescimento das carnes.

 

Ritmo maior A fim de liberar armazéns para a próxima colheita, que se avizinha, produtores aceleraram as vendas de soja das safras 2017/18 e 2018/19. Isso provocou queda nos prêmios e nos preços médios.
 

Sem negócios Já no setor de algodão, a indústria oferece preço abaixo do que o produtor quer. Com isso, as negociações são lentas, segundo o Imea-MT.

 

US$ 40 bilhões

É o volume de dinheiro que a soja deverá trazer para o Brasil neste ano, conforme estimativas da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). O valor superará em 27% o de 2017. A maior receita virá da soja em grão, que somará US$ 28 bilhões, conforme a associação. Já as exportações de farelo de soja estão estimadas em US$ 5,8 bilhões, e as de óleo de soja, em US$ 280 milhões. As receitas acumuladas até novembro são recordes. 

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