Siga a folha

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

China intensifica e diversifica compras de carnes do Brasil

Receitas brasileiras com carne de frango sobem 36% no ano para o país asiático e, pela primeira vez, os chineses adquirem peito de frango

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O Brasil está vendendo peito de frango para a China pela primeira vez. Isso mostra como a demanda do país se intensifica e se diversifica.
 
Outro sinal de sua necessidade de proteínas são os preços. O valor da tonelada de pé de frango e o da tonelada de pernil de suíno exportadas para a China pelo Brasil subiram 50% nos últimos meses e chegaram a US$ 3.000 (R$ 12,4 mil).
 
Essa demanda intensa e preços acelerados são provocados pelo avanço da peste suína africana no mundo.

Porcos na granja suínos, da fazenda Crambei, em Carambei (PA) - Mauro Zafalon - 10.ago.2015/Folhapress

"O mercado mundial vive momento delicado", diz Ricardo Santin, da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). São pelo menos 9.000 focos de peste suína espalhados pelo mundo, afetando 22 países. A Europa, com dez, e a Ásia, com nove, lideram. Os demais estão na África.
 
A demanda por carne, principalmente pela suína, deve se acentuar mais em 2020, quando os abates serão ainda menores na China, devido à redução do rebanho. Atualmente ele está com queda de 50% em relação ao de 2018.
 
E a situação não será resolvida rapidamente, segundo o executivo da ABPA. Após eliminados os focos da peste suína, o país demorará pelo menos um ano para se livrar da doença e ativar a produção novamente.
 
O tempo para a preparação de matrizes vai de seis a sete meses, e a formação de leitões mais oito meses. Ou seja, a reposição do rebanho suíno nas regiões afetadas não ocorrerá antes de três anos.
 
"E é bom lembrar que a economia chinesa continua crescendo 5% ou 6% ao ano, gerando renda e colocando mais consumidores no mercado aptos a consumir proteínas", diz Santin.
 
Brasil e Estados Unidos, dois dos principias produtores mundiais de carnes, têm se aproveitado desse momento de mercado. Os americanos esperam crescimento de 12% nas exportações de carne suína neste ano, em relação às do anterior. Já os brasileiros estão revendo as estimativas iniciais de 12% e apostam em 20%.
 
Os números do Brasil são impressionantes. De janeiro a setembro, as exportações brasileiras para os chineses somaram 395 mil toneladas de frango e 157 mil de carne suína. Com isso, a China ficou com 13% da carne de frango exportada pelo Brasil e com 30% da suína.
 
A China é agora o principal destino das exportações brasileiras tanto de carne suína como da de frango.
 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas