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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

China compra menos soja do Brasil

Chineses ficaram com 74% das exportações brasileiras, abaixo dos 93% de janeiro de 2019

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A China pisou no freio e comprou menos soja do Brasil neste início de ano. Em janeiro, os chineses adquiriram 1,1 milhão de toneladas da oleaginosa no país, somando 74% do total exportado.

Esse percentual é o menor dos últimos seis anos nos meses de janeiro. No ano passado, quando chineses e americanos estavam impondo taxas mútuas sobre as importações, 93% da soja que saiu do Brasil foi para a China.

Os chineses vêm aumentando as compras de produtos agrícolas nos Estados Unidos nos últimos meses. Sabiam que teriam de assinar o acordo denominado de fase um com os americanos.

É cedo, porém, para determinar o quanto os chineses vão sair do mercado brasileiro. As compras menores deste ano ocorrem devido a um atraso na colheita brasileira.

Esse atraso fica visível no volume exportado pelo Brasil no primeiro mês do ano. Foi 1,49 milhão de toneladas, 27% menos do que em janeiro de 2019. A China importou 42% a menos no período.
Essa menor venda, pela importância da soja, ajudou na queda de 12% nas receitas que o país obteve com produtos básicos em janeiro.

De janeiro a dezembro de 2019, os produtos básicos do agronegócio já haviam trazido menos receitas para o país do que em 2018.

O milho foi outro produto que teve um desempenho externo bem inferior ao do ano passado. O país exportou 2,29 milhões de toneladas do cereal, 40% menos do que em janeiro de 2019. Apesar da queda, o movimento externo ainda tem uma média superior à de iguais meses anteriores.

Suco, fumo e etanol também estão na lista de produtos que iniciaram o ano com pior desempenho do que no ano passado.

Açúcar e algodão, porém, foram destaques positivos. O primeiro, que teve queda de 13% nas exportações totais do ano passado, começa o ano com aumento de 39%, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

O grande destaque do setor de agronegócio foi o algodão. O produto desbancou o milho e ficou em quarto lugar na lista das principais exportações do setor. O aumento no volume das vendas externas foi de 165% no mês passado, em relação ao mesmo período anterior.

Produtividade e safra maiores permitiram ao país colocar 309 mil toneladas de algodão no mercado externo.

As carnes não repetiram o bom desempenho do final do ano passado, o que já era esperado. Mesmo assim, os volumes exportados e os preços médios deste ano ainda continuam bem superiores aos de janeiro de 2019.

Carnes param de subir, mas preço mudou de patamar para consumidor


O churrasco do paulistano ainda está caro. Apesar de a pressão ter sido menor no mês passado, os preços ainda são bem superiores aos de há três meses.

A carne bovina chegou até a cair de valor em janeiro —ficou 7% mais barata—, mas, mesmo assim, ainda custa 20% mais do que em outubro do ano passado.

Neste mesmo período, a carne suína, que manteve tendência de alta em janeiro, acumula elevação de 30%.
A carne de frango também subiu neste início de ano e acumula 17% nos últimos três meses, conforme dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

 

Notas

Menos insetos Com o avanço das doenças contagiosas na China, a população passou a comer menos insetos. Alguns deles são responsáveis pela contaminação.

Sucesso na produção  Produzir aves e suínos sem antibióticos e buscar um controle eficaz das micotoxinas são fonte para o sucesso na produção animal, segundo Ricardo Pereira, diretor geral da Biomin para a América Latina.

Lucro A empresa, voltada para a soluções naturais na alimentação animal, faturou R$ 500 milhões na América Latina em 2019. O crescimento foi de 11%. A expectativa para este ano é de uma evolução de 12,6%, segundo o diretor.

No Brasil  Do faturamento obtido no ano passado, 40% foram com operações no Brasil, segundo a empresa.

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