A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.
Exportação de arroz é menor, mas Venezuela e Cuba mantêm compras
Vendas vão melhorar quando Brasil criar ambiente adequado para negócios, afirma Andressa Silva, da Abiarroz
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As exportações de arroz tiveram um forte freio neste ano, mas alguns tradicionais importadores, como Venezuela e Cuba, ajudam a manter o mercado externo ativo.
De janeiro a agosto, as vendas externas de arroz, com base no produto em casca, somaram 687 mil toneladas, um número bem distante do 1,46 milhão de igual período de 2020, quando o país atingiu patamar recorde de vendas externas.
O Brasil conquistou espaço no mercado externo nos anos recentes —só em agosto o produto brasileiro foi para 75 diferentes destinos—, mas essa consolidação passa por uma série de ajustes internos.
O governo brasileiro é favorável à retirada da TEC (Tarifa Externa Comum) dos produtos importados pelos países do Mercosul.
Andressa Silva, diretora executiva da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz), afirma que a medida é benéfica ao consumidor, mas antes são necessárias medidas que melhorem o ambiente interno dos negócios e que deem competitividade ao produto brasileiro em relação aos demais.
O Brasil tem uma carga muito elevada nos custos da logística, armadores e terminais de exportação. Além disso, a carga tributária coloca o arroz brasileiro em desvantagens em relação ao do cereal dos países concorrentes.
Silva destaca, ainda, que o país precisa construir rapidamente acordos com os principais importadores. O cereal brasileiro, além dos custos internos, sofre barreiras sanitárias, fitossanitárias e tarifárias de vários importadores.
Até Cuba e Venezuela, parceiros constantes, tributam o arroz beneficiado e desoneram o em casca. A indústria brasileira deixa de processar a matéria-prima e o quadro de funcionários encolhe, segundo ela.
Vlamir Brandalizze, analista do setor, diz que o produto brasileiro tem muita qualidade e é aceito em qualquer mercado exigente, como Europa, Estados Unidos e Oriente Médio.
O país, no entanto, não tem uma política de exportação, o que permitiria um avanço da produção interna e das vendas para o exterior. Os Estados Unidos, cita ele, ganham mercado externo financiando a própria exportação.
Os principais importadores de arroz do Brasil neste ano estiveram nas Américas do Sul e Central, no Caribe e na África, com destaques para Venezuela, Peru, Costa Rica e Nicarágua.
Cuba, até então ausente do mercado brasileiro neste ano, deverá receber pelo menos 60 mil toneladas de arroz beneficiado neste mês, segundo a Federarroz (Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul).
Esse volume corresponde a 88 mil toneladas do produto em casca, nos cálculos da Abiarroz.
Yara na Coalizão Na busca de promover a descarbonização da cadeia de produção de alimentos, a Yara, do setor de nutrição de plantas, fará parte da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Sustentável O objetivo da coalizão, um movimento multisetorial, é promover o desenvolvimento da economia sustentável, baseada na baixa emissão de gases do efeito estufa. A empresa é a primeira do setor de fertilizantes a integrar a iniciativa.
Liderança A sustentabilidade é um dos principais anseios da população, da indústria e dos produtores rurais, e a Yara atua fortemente para liderar este movimento no campo, afirma Deise DallaNora, diretora da empresa.
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