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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Descrição de chapéu inflação

Preço de fertilizante dobra e reduz poder de troca na pecuária

Pressão no bolso será menor para quem investiu em eficiência nos últimos anos, diz o consultor Luciano Vacari

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A conta começa a chegar para o pecuarista. Em julho, o produtor necessitava de 9 arrobas para comprar uma tonelada de fertilizante, um valor 22% superior às 7,4 de igual período de 2020.

A pecuária, assim como os demais setores do agronegócio, passou por um período de grande faturamento, diz Luciano Vacari, diretor da Neo Agro Consultoria.

Quem foi organizado e fez investimentos na propriedade, principalmente na adubação, na recuperação de pastagem e no melhoramento genético, ficou mais eficiente. Esse pecuarista terá melhores condições de absorver os custos que vêm pela frente.

Fazenda de gado as margens na rodovia Transamazonica, na zona rural de Apui, no sul do Amazonas - Lalo de Almeida - 20.ago.2020/Folhapress

E os custos vêm pesados, afirma o consultor. Os principais fertilizantes utilizados pela pecuária e na produção de grãos dobraram de preço nos últimos 12 meses.

Com base em dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a Neo Agro apurou uma evolução de 104% nos preços do fosfato monoamônio, quando comparados os valores de julho deste ano com os do mesmo mês de 2020.

Ureia e cloreto de potássio tiveram aumentos próximos de 85%, enquanto o formulado 20-00-20 ficou 74% mais caro no período. Deflacionados pelo IGP-DI, os valores atuais dos fertilizantes estão com os maiores patamares desde 2009.

Além de um aumento da demanda, devido à expansão agrícola e melhoria das pastagens, os produtores brasileiros pagam mais pelo adubo devido à intensa relação entre os preços desses insumos e o dólar, afirma o consultor.

Vários fatores, como alta do petróleo, redução de oferta internacional e questões políticas entre países produtores de adubo, forçaram uma elevação dos preços externos.

Essa evolução no mercado internacional tornou os preços internos ainda mais salgados, devido às incertezas na economia brasileira e à aceleração do valor do dólar. A dependência nacional das importações é grande neste setor e, em alguns produtos, supera 90%.

O aumento do custo dos insumos compromete o poder de compra dos produtores, principalmente o dos pecuaristas e dos sojicultores, segundo o consultor da Neo Agro.

A relação de troca de produtos por insumos tem se deteriorado muito nos últimos meses. O pecuarista precisa vender um animal jovem para a obtenção de uma tonelada de adubo, dependendo do tipo do insumo. Já os produtores de soja têm a pior relação de troca desde 2009.

Vacari diz que o grau de tecnologia adotada pelos produtores e pecuaristas em suas propriedades é muito importante nesse período de elevação de custos.

A agricultura de precisão, que também já chegou à pecuária, permite ao produtor trabalhar dentro de um modelo de custo maior porque ele é mais eficiente.​

Pior a seca A crise hídrica vai ter um efeito ainda mais perverso na produtividade das lavouras de café em 2022 do que as geadas ocorridas neste ano, segundo representantes do setor que participaram do fórum Café e Clima da Cooxupé na terça-feira (21).

Abaixo de 300 A arroba de boi gordo foi negociada a R$ 299,30 nesta quarta-feira (22). Acima de R$ 300 desde março último, esta é a segunda vez que a arroba fica abaixo de R$ 300. A outra foi no dia 15 deste mês, segundo dados do Cepea (Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada).

Recuo A saca de 50 quilos de açúcar esteve em R$ 143,81 nesta quarta-feira nas usinas paulistas, com pequena alta em relação ao dia anterior. O recorde de preço foi registrado no início desta semana, quando a saca esteve em R$ 144,34.

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