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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Grãos caem no exterior, mas dólar inibe queda no país

Safra americana avança, reduzindo os valores de negociação em Chicago; no Brasil, a desvalorização do real impede retrações maiores

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O dólar elevado continua salvando os preços agrícolas no Brasil. Já nos Estados Unidos, o avanço da safra mantém os preços em baixa. Nesta quarta-feira (6), milho e soja recuaram mais 1% em Chicago.

As máquinas dos agricultores americanos já colheram pelo menos um terço da área destinada à produção de soja. O cenário atual indica que a produção deverá ficar próxima dos 119 milhões de toneladas projetados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O milho não tem caído como a soja, uma vez que o órgão americano deverá reduzir o volume a ser produzido nos Estados Unidos, conforme estimativas do mercado.

Grãos de soja caidos em estrada rural durante colheita, nas proximidades de Londrina (PR) - Sergio Ranalli - 4.mar.2021/Folhapress

No Brasil, os preços dos grãos estão fracos, define a analista Daniele Siqueira, da AgRural. Quem tem produto não vende à espera de melhores preços.

Já os compradores, cientes das dificuldades que teriam no segundo semestre, anteciparam compras, tanto no mercado interno como no externo. Quem se preveniu nas compras, evitou a pressão atual do câmbio.

Só em setembro, as importações de milho somaram 407 mil toneladas, vindas principalmente da Argentina e do Paraguai. A importação do cereal dos Estados Unidos foi de apenas 200 toneladas, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Siqueira diz os custos logísticos internos também têm ajudado a reduzir a pressão de compra no mercado nacional. Apesar de o dólar estar elevado, alguns custos e tarifas portuárias estão menores e compensam, em parte, as importações .

Sem a concorrência das exportações do cereal, os gastos portuários ficaram mais acessíveis, compensando parte da pressão do dólar, segundo ela.

O país previa exportar próximo de 35 milhões de toneladas de milho neste ano, mas, com a quebra de 20 milhões de toneladas na safra brasileira, as vendas externas ficarão abaixo de 20 milhões.

A soja, que esteve a R$ 177 por saca no mercado disponível de abril, em Cascavel (PR), está a R$ 166,50 atualmente. Há um mês, no entanto, era negociada a R$ 164,5, segundo cotações da AgRural.

Houve uma recuperação de preços no mês passado devido ao temor de que a restauração do porto norte-americano de Nova Orleans (EUA), afetado por um furação, fosse mais prolongada. Prêmio e dólar seguraram os preços no Brasil.

O milho, com baixa comercialização, está próximo de R$ 93 no mercado disponível de Cascavel (PR). No final de julho, no entanto, esteve a R$ 104 por saca.

Em Sorriso (MT), a saca está a R$ 73,50, acima do valor de há um mês, mas abaixo da máxima de R$ 82 de maio. O produtor que tem o cereal continua apostando em uma nova recuperação de preço, afirma Siqueira.

Mesmo com a redução nas últimas semanas, os preços dos grãos estão elevados no mercado brasileiro, em relação ao patamar histórico desse período do ano.

Carnes O Usda informou, nesta quarta-feira (6), que os americanos fizeram uma compra recorde de carne bovina e suína do Brasil no mês de agosto. Foram 16,1 mil toneladas de carne bovina e 1.679 de suína.

Ainda mais A Abrafrigo, com base em dados mais recentes da Secex, indica que o comércio brasileiro com os americanos está bastante ativo neste ano. Até setembro, as exportações brasileiras de carne bovina somaram 82,4 mil toneladas para os Estados Unidos.

O dobro Ao atingir esse patamar, os americanos foram o segundo maior mercado para os brasileiros, e aumentaram em 103% o volume importado de carne bovina, em relação a igual período do ano anterior, segundo a Abrafrigo.

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